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O presidente nacional do PSDB e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, disse que o partido chegou “ao fundo do poço” em 2022, quando enfrentou uma queda de protagonismo nacional e perdeu desempenho nas urnas. A declaração foi dada durante uma entrevista ao Contexto Metrópoles na última quinta-feira, 14. 

“Nós chegamos ao fundo do poço em 22, perdemos muita gente, continuamos perdendo, mas agora eu percebo uma reação. A possível vinda do Ciro Gomes nos fortalece bastante. Ah, tem em outros lugares deputados federais também que estão vindo. Então, a estratégia é essa. É importante que um partido como o PSDB, com a nossa história, com o nosso legado, não desapareça”, disse ele.

Em 2022, João Doria, então governador de São Paulo, venceu as prévias do PSDB para ser candidato à Presidência, mas enfrentou uma resistência interna que levou a um racha no partido. Em maio, no entanto, ele desistiu da candidatura. Por isso, depois de liderar a presidência por dois mandatos com FHC, em 2022 o PSDB não teve força para competir com Lula (PT) e Bolsonaro (PL).

Nas eleições daquele ano, o partido não elegeu governadores no primeiro turno e o único eleito no segundo turno foi Eduardo Leite (RS). Na banca, reduziu de 29 para 13 deputados federais. Já no Senado, elegeu apenas 4 senadores (ficando com 6 no total, somando mandatos anteriores). Em São Paulo, o maior campo tucano, Rodrigo Garcia não chegou ao segundo turno para governador, rompendo uma hegemonia de 28 anos no estado.

Mais recentemente, neste ano, Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul, deixou o partido após 24 anos para se filiar ao PSD. Em 2024, o partido perdeu todos os oito vereadores que tinha na Câmara Municipal de São Paulo, além de representações nas Câmaras de 12 capitais brasileiras. O partido ainda perdeu a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que também foi para o PSD, e o senador Izalci Lucas (DF), que agora está no PL.

Mesmo com o esvaziamento do partido, para as próximas eleições, as previsões de Marconi são positivas: “É perfeitamente possível, ao fim da eleição de 2026, chegar com mais corpo do que na eleição de 2022”. Segundo ele, as tratativas para a mudança de partido de Ciro Gomes estão indo bem, mas sem pressão. “Se isso acontecer, vai acontecer de forma muito natural. E para te dar aqui uma uma pista, eu diria que é é muito mais possível que ele se filie do que não”, disse.

Por esse esvaziamento, a liderança de Marconi tem sido alvo de críticas, enquanto tenta reanimar um partido que perde cada vez mais espaço na política nacional. Ele já perdeu o Senado duas vezes seguidas, em 2018 e 2022, e enfrentou sucessivos escândalos de corrupção em Goiás.

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