O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), acusou o ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos) de deixar um rombo milionário na prefeitura do município. No centro da disputa estão o alto endividamento da Prefeitura, obras inacabadas, supostas irregularidades em contratos da antiga gestão e até uma investigação de homicídio envolvendo um fazendeiro apontado como laranja em transações milionárias.

Naves gravou um vídeo tentando explicar o apelido “Roberto do Bilhão”, que remete ao programa Anápolis Investe, lançado por ele com a promessa de aplicar R$ 1 bilhão em obras de infraestrutura, saúde, mobilidade e modernização da cidade. No entanto, dos 53 projetos prometidos, apenas 18 foram efetivamente entregues, segundo o próprio Roberto — o que representa cerca de 34% do total.

“Um bilhão é muito dinheiro pra você. É muito dinheiro pra mim. Mas nem tanto pra uma cidade como Anápolis. A Prefeitura arrecada cerca de um bilhão e meio por ano”, declarou o ex-prefeito.

Anápolis figura entre as cidades mais endividadas do Brasil em 2024. Atualmente, a administração municipal desembolsa aproximadamente R$ 20 milhões mensais apenas para pagamento das parcelas dos financiamentos contratados durante o governo de Naves.

Além das dificuldades financeiras, há suspeitas de calote a fornecedores, irregularidades em contratos com organizações sociais (OSs) e até investigações criminais que envolvem o ex-prefeito.

“Desvio de milhões”

Durante o lançamento do aplicativo Conecta Anápolis, Márcio Corrêa foi questionado pelo jornalista Lucivan Machado sobre o caso “Anápolis na Roda”, página de fofocas que viralizou na cidade por divulgar mensagens anônimas e ocasionou em investigações da Polícia Civil de Goiás (PC-GO).

Márcio, então, pediu que o repórter “questionasse o ex-prefeito”. “Você tem que perguntar ao ex-prefeito sobre a investigação dele de homicídio. Sobre a investigação dele de desvio de R$ 42 milhões da OS apadrinhada dele. Tem que perguntar o calote de R$ 400 milhões que ele deu em fornecedor. Agora vir me investigar em fofoca de grupo? Eu quero é que eles me investiguem o dia inteiro. Eu dou meu celular pra fazer investigação aqui de grupo de WhatsApp”, afirmou o prefeito de Anápolis.

“Tem que ter responsabilidade com o dinheiro público. Diferente de emissoras que ganhavam aqui dinheiro da merenda, do remédio, pra bater em adversário”, acrescentou.

Márcio também levantou o assassinato do fazendeiro Luiz Carlos, ocorrido em dezembro de 2022. Segundo o prefeito, o homem seria um “laranja” na compra de uma fazenda milionária em Porangatu, atribuída ao ex-prefeito Roberto Naves.

O Jornal Opção entrou em contato com o ex-prefeito de Anápolis, Roberto Naves, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

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