Marcelo Baiocchi vê recuo do PIB como insignificante, mas se preocupa com número baixo
12 agosto 2019 às 16h30

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Para presidente da Fecomércio, situação é resultado do que foi pensado no passado, mas atribui saldo ainda positivo ao governo de Michel Temer (MDB)

O Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, reduziu a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,82% para 0,81%. Da mesma forma, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é tido com a prévia do PIB, indicou retração, no segundo trimestre de 2019, de 0,13%, o que, se confirmado, coloca o País de volta em recessão técnica.
Esta recessão técnica ocorre quando dois resultados trimestrais negativos acontecem seguidamente no PIB. O IBC-Br foi divulgado nesta segunda, 12, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia identificado queda na atividade econômica em 0,2%, de janeiro a março deste ano, em relação aos meses de outubro a dezembro de 2018.
Fecomércio
Sobre a previsão de crescimento do PIB, que recuou de 0,82% para 0,81%, Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), afirma que a redução em si, em termos percentuais, é insignificante, mas que existe a preocupação pelo número já estar pequeno.
Baiocchi avalia que esse resultado não pode ser atribuído a um governo [no caso, de Bolsonaro] de sete meses. “Não seria justo”. Para ele, essa situação é resultado de tudo que foi pensado no passado.
“É algo compartilhado por todos os setores e pelo histórico de mais de 20 anos”, avalia. “Mas pelo menos está positivo”, atribui ao governo Temer (MDB), que deixou a previsão de crescimento do PIB para este ano em 2,5% (conforme expectativas de dezembro).
Crescimento
Para o presidente, ações para gerar crescimento precisam ser feitas. No caso do Estado, ele avalia menor PIB é menos dinheiro para investir no País e, claro, em Goiás, por isso, mesmo que, com números “insignificantes”, o ente é sempre afetado.
“O Estado precisa buscar suas fórmulas e seu caminho para o crescimento”, diz. Baiocchi lembra que Goiás comumente tem desempenho diferente [melhor] do Brasil, por conta do agronegócio. “Então precisamos continuar investindo no agro, na construção civil, enfim, no que somos bons”, avalia.
Ministro da Economia
Paulo Guedes, ministro da Economia, explicou que o crescimento em 2019 não foi como o esperado por conta das reformas necessárias, que não avançaram como o esperado.
Em abertura do seminário “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica — Debates sobre a MP 881/2019”, realizado pelo Tribunal Superior de Justiça (STJ), na manhã desta segunda-feira, 12, Guedes disse que ainda não teve tempo suficiente para um governo com políticas liberais na economia apresentar resultados.
“Somos um país rico em recursos naturais, mas a economia não cresce porque somos prisioneiros cognitivos de crenças obsoletas. Estamos tentando mudar essa concepção com muitas reformas. O Brasil, que era uma economia dinâmica, virou uma economia estagnada com um regime político que se degenerou”, disse.