Manifestantes foram às ruas de Israel para pedir cessar-fogo e libertação de reféns

17 agosto 2025 às 19h35

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Israel viveu neste domingo, 17, uma das maiores mobilizações populares desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas e aderiram a uma greve geral em todo o país para exigir do governo de Binyamin Netanyahu um acordo que garanta cessar-fogo e a libertação dos reféns ainda em poder do Hamas.
De acordo com a imprensa local, cerca de 220 mil pessoas participaram dos atos em diversas cidades, número expressivo em um país com pouco menos de 10 milhões de habitantes. Houve bloqueios de estradas — incluindo a rodovia que liga Jerusalém a Tel Aviv — e concentração em praças e avenidas. Em Tel Aviv, a chamada “praça dos reféns”, em frente ao Museu de Arte, tornou-se novamente o epicentro da mobilização.
Os protestos foram marcados por bandeiras de Israel, faixas amarelas — cor que simboliza a causa dos reféns — e cartazes com fotos dos sequestrados. Segundo autoridades, 38 pessoas foram detidas após confrontos isolados com a polícia, que utilizou canhões de água para dispersar alguns grupos.
Atualmente, estima-se que 50 reféns ainda estejam sob poder do Hamas, sendo que apenas 20 estariam vivos, de acordo com informações de segurança divulgadas recentemente.
Pressão crescente sobre Netanyahu
Em discurso neste domingo, Netanyahu rejeitou as críticas, afirmando que um cessar-fogo sem a derrota do Hamas “apenas fortaleceria o inimigo e atrasaria a libertação dos reféns”. O premiê disse ainda que pretende expandir a ocupação militar na Cidade de Gaza, movimento considerado impopular entre familiares dos sequestrados, que temem pela vida de seus parentes.
A pressão, porém, cresce sobre o governo. O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos acusa Netanyahu de ter “desperdiçado acordos” que poderiam ter trazido os sequestrados de volta. Políticos da oposição, como o ex-primeiro-ministro Yair Lapid, também estiveram nos atos. “Os reféns não são peões que nosso governo pode sacrificar para avançar a guerra”, afirmou.
Personalidades israelenses, como a atriz Gal Gadot, compareceram à praça em Tel Aviv em apoio às famílias.
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