COMPARTILHAR

A última edição da pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil‘, publicada desde 2007 pelo Instituto Pró Livro, revela dados alarmantes sobre o consumo de livros no Brasil: o número de pessoas que diz que não gosta de ler (29%) ultrapassou o número de pessoas que diz gostar (26%). O número de não leitores (53%) ultrapassou pela primeira vez em 2024 o número de leitores (47%), segundo levantamento deste ano.

A justificativa de 33% é a falta de tempo. Em seu tempo livre, 78% dos entrevistados afirmaram que gostam de usar a internet e 60% de assistir televisão; apenas 20% afirmou usar o tempo livre para ler livros. Entre as atividades mais realizadas na internet, 61% disseram que gostam de usar WhatsApp e 36% as redes sociais. A maior parte dos entrevistados (38%) afirma não ter dificuldade alguma para ler; 26% diz não ter paciência e 18% diz que lê devagar demais.

Entre os que gostam de ler, as mães ou responsáveis do sexo feminino são as apontadas como mais influentes na formação: 9% diz que essas figuras influenciaram o gosto pela leitura. Professores vêm em sequência, com 8%. Outros parentes têm 4% das menções, bem como os pais, também com 4%. Mães e pais que não leem têm maior proporção de filhos que também não leem. O hábito de ler para os filhos também é capaz de influenciar sua formação. 14% dos leitores tiveram pais que sempre liam para eles; entre os não leitores, a proporção é de 7%.

A maior parte das pessoas (46% entre leitores e 41% entre não leitores) acredita que a leitura traz conhecimento. Entre os não leitores, apenas 5% acredita que a leitura provoca bem; a proporção é de 9% para os leitores. Machado de Assis, Monteiro Lobato e Maurício de Sousa são os autores de ficção preferidos pelo público. O livro mais lido pela maioria segue sendo a Bília: 38%. Contos e romances vêm atrás, com 22% e 20%. Descartados os estudantes, a proporção de pessoas que diz que lê a bíblia sobe para 45%.

Os livros em papel seguem favoritos por 57% dos entrevistados. O levantamento estima que existam 93,4 milhões de brasileiros que leram, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, impresso ou digital, nos últimos 3 meses. Entretanto, 56% dos entrevistados afirma não estar lendo nada atualmente.