O ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou nesta terça-feira, 18, que Jesus Cristo é o “senhor e dono” da Venezuela. A declaração ocorreu durante o evento “Encontro de Oração pela Paz”, realizado no Palácio de Miraflores, em Caracas, em meio à crescente tensão diplomática com os Estados Unidos.

No pronunciamento, Maduro disse reconhecer publicamente “Jesus Cristo como senhor e dono da Venezuela”, atribuindo “toda a honra e glória ao Espírito Santo”. Ele afirmou ainda estar “radicalizado com Cristo” e declarou que o Palácio de Miraflores passa a ser, simbolicamente, “um altar para glorificar a Deus”.

A primeira-dama Cilia Flores também participou do encontro religioso e classificou o momento como um “sinal” de que Jesus estaria conduzindo o destino do país.

A fala de Maduro ocorre no mesmo momento em que o New York Times revelou que os Estados Unidos rejeitaram uma proposta de renúncia apresentada pelo ditador durante negociações paralelas autorizadas pelo presidente Donald Trump.

Segundo o jornal, representantes venezuelanos teriam sinalizado que Maduro aceitaria deixar o poder após um período de transição de dois a três anos. A Casa Branca, porém, descartou qualquer acordo que envolvesse prazo para a saída do governante.

A apuração destaca que as conversas ocorreram enquanto os EUA endurecem a pressão sobre o regime venezuelano, com operações no Caribe e no Pacífico contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas. Maduro, por sua vez, tem apelado publicamente para que não haja conflito armado e pede diálogo direto com Washington.

Ainda de acordo com o New York Times, Trump autorizou a CIA a desenvolver planos para possíveis ações secretas em território venezuelano. O presidente participou de duas reuniões na Sala de Situação da Casa Branca na última semana para analisar cenários e estratégias com seus assessores.

O jornal afirma, porém, que não está claro quais operações estariam em estudo nem quando poderiam ser executadas. Trump não autorizou o envio de tropas ao país, mas afirmou, nesta segunda-feira, 17, que não descarta essa possibilidade, o que mantém a pressão sobre Caracas.

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