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O anúncio da libertação de Christian Brueckner, considerado principal suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, voltou a colocar o caso no centro do debate público. Porém, declarações recentes do ex-ministro da Justiça da Bélgica, Marc Verwilghen, ampliaram as especulações em torno do episódio ocorrido em maio de 2007, no Algarve, Portugal.

Em entrevista ao jornal The Sun, Verwilghen afirmou que apenas três dias antes do sumiço da menina, autoridades belgas haviam emitido um alerta a países europeus sobre a possível atuação de uma rede internacional de pedofilia com planos de sequestrar uma criança.

Conhecido por seu papel nas investigações contra o serial killer Marc Dutroux nos anos 1990, o ex-ministro afirmou que o caso McCann pode ter seguido um padrão semelhante. Ele disse ter tido um “dejá vu” quando soube do desaparecimento. “Me lembrou imediatamente de Dutroux. Quando se analisa o caso, é claro que é possível que Madeleine tenha sido roubada por encomenda. O alerta enviado parece ter vindo da polícia belga e deveria ter sido levado a sério”, declarou.

Ainda segundo Verwilghen, informações de inteligência sugeriam que uma organização criminosa buscava uma criança pequena para atender à demanda de exploração sexual. “A inteligência sugere que uma rede de pedofilia na Bélgica fez uma encomenda de uma jovem três dias antes do sequestro de Madeleine McCann. Alguém ligado a esse grupo viu Maddie, tirou uma foto dela e a enviou para a Bélgica. O comprador concordou que a garota era adequada e Maddie foi levada”, relatou.

Paralelo com o caso Dutroux

Verwilghen também fez referência ao impacto das investigações sobre Marc Dutroux, condenado por sequestro, estupro e assassinato de meninas na Bélgica. O caso expôs possíveis conexões com redes de tráfico de crianças, mas, segundo o ex-ministro, não foi investigado a fundo. “Estava claro que essas redes existiam e movimentavam dinheiro. Podiam ser informais, mas eram reais. A comissão de inquérito, no entanto, nunca recebeu autorização para ir até o fim”, criticou.

Preso desde 1996, Dutroux permanece como símbolo das falhas institucionais no combate ao tráfico de menores na Europa.

Investigação atual

No contexto das apurações envolvendo Christian Brueckner, autoridades alemãs não descartam a hipótese de que Madeleine tenha sido vítima de um grupo organizado, e não de um sequestrador solitário.

Uma fonte ligada às investigações afirmou que “as alegações vindas da Bélgica são levadas a sério” e que “não faria sentido acreditar que o responsável pelo crime agiu sozinho”.

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