Mabel busca empréstimo de R$ 132 milhões junto ao BNDES

24 setembro 2025 às 09h33

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A Prefeitura de Goiânia encaminhou à Câmara Municipal um projeto que autoriza a contratação de uma operação de crédito de até R$ 132 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é financiar um amplo programa de modernização da gestão pública municipal, com foco em tecnologia, eficiência administrativa e melhoria dos serviços prestados à população. No momento, o texto está em análise na Diretoria Legislativa da Casa.
De acordo com a proposta, os recursos serão aplicados principalmente na implantação e expansão de tecnologias da informação e comunicação, voltadas à digitalização de processos internos, à automação de sistemas tributários e administrativos e à criação do Centro de Operações da Cidade, que funcionará como um núcleo inteligente de monitoramento e integração de dados.
Anteriormente, o titular da Secretaria Municipal de Inovação, Tecnologia e Transformação Digital (SicTec), Fábio Christino, contou ao Jornal Opção que o Paço vive uma situação de “calamidade tecnológica”. “O que encontramos foi uma Prefeitura quebrada tecnologicamente. Eu gosto de usar o termo ‘calamidade tecnológica’ aqui dentro. Se não fosse o comprometimento e a capacidade técnica do time interno, a população já teria ficado sem acesso aos serviços há muito tempo”, relatou em agosto.
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A iniciativa também busca acelerar a transformação digital da administração pública, aumentar a transparência, aprimorar o atendimento ao contribuinte e gerar economia no uso dos serviços públicos. “Ainda persiste a necessidade de ampliação da oferta de serviços públicos digitais e de aprimoramento da gestão por meio do uso intensivo de tecnologias modernas, o que justifica plenamente a operação de credito ora proposta”, afirmou o texto.
Ao mesmo tempo, a SicTec também está desenvolvendo um plano diretor de cidade e inteligente e o programa “Goiânia + digital”. Conforme o secretário, mesmo com a compra de um novo computador que ajudou a resolver boa parte do sistema de arrecadação, responsável por cerca de 30% das operações digitais do município. No entanto, ainda há 70% dos sistemas que funcionam em uma “linguagem antiga”, o que dificulta a modernização completa.
Além de modernizar os equipamentos, há planos para zerar o uso do papel no Executivo até 2026 e digitalizar todos os processos. Segundo o secretário, a digitalização é parte de uma estratégia mais ampla para agilizar serviços, reduzir custos e integrar informações. Ele também destacou que assistentes virtuais com inteligência artificial também já estão em teste em áreas como trânsito, tecnologia e mobilidade, mas dependem de melhorias na infraestrutura.
Pelo texto, os recursos não poderão ser utilizados para despesas correntes, como folha de pagamento ou custeio, e a operação deverá obedecer aos limites e condições previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. O projeto também permite que, caso a operação seja realizada com a garantia da União, o município utilize como contragarantia receitas constitucionais. Se o empréstimo for contratado sem a garantia federal, a Prefeitura poderá vincular parte de suas receitas próprias.
Além desse, Mabel contou ao Jornal Opção que também pretende contrair um novo empréstimo na casa de R$ 600 milhões para financiar obras, incluindo uma no Córrego Cascavel. Ele também ressaltou que a Capacidade de Pagamento (CAPAG) subiu para a nota “B” recentemente e isso permite operações de crédito com o aval da União.
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