Mabel anuncia nova fase de reestruturação da Comurg com corte de servidores e redução na folha

09 julho 2025 às 13h23

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O prefeito Sandro Mabel anunciou, nesta quarta-feira, 9, a segunda fase da reestruturação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). O anúncio também veio com a redução na folha de pagamento na ordem de 27,2% através de mudanças orçamentária promovidas na empresa.
Em coletiva com os jornalistas, Mabel anunciou que planeja diminuir a dívida da empresa pública ao longo dos próximos meses, com a meta de solvência para outubro de 2025.
Entre os planos para atingir o objetivo está a redução de gastos com funcionários e servidores lotados na empresa, junto com a otimização na contratação. A redução com gasto de funcionários se deve ao desligamento de 668 servidores, entre eles 412 servidores aposentados e outros 253 funcionários da empresa. “No 1° dia [do meu mandato] cortei 80% dos servidores comissionados, cortamos quatro diretorias, e ficamos com apenas três, temos reinventando a Comurg.”
De acordo com o prefeito, a Reforma Previdenciária — da Emenda Constitucional N°103 de novembro de 2019 — teria proibido a lotação de servidores municipais aposentados em empresas públicas, contudo, a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) teria mantido os servidores dentro da Comurg.
O presidente da Comurg, Cleber Aparecido, afirmou que os servidores que teriam se aposentado depois de 2019 teriam os contratos anulados e não seriam elegíveis a acertos rescisórias, contudo, a gestão teria feito um aporte com o pagamento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), que estava congelado desde 2022, e a extensão do plano de saúde do IMAS por mais um ano.
De acordo com o Mabel, cerca de 85% dos servidores afetados não atuavam na empresa pela idade avançada e por outras condições trabalhistas.
Além da redução da folha de pagamento, Mabel apontou que mudanças na política de licitação ajudaram em uma economia significativa da empresa. “Antes tinha contrato que a gente pagava quatro vezes mais do que estamos pagando”, afirmou.
Com isso, a meta final da gestão seria abrir os serviços da empresa para o setor privado como forma de geração de renda.
Dívidas bilionárias
Apesar dos resultados positivos, o gestor apontou que a empresa ainda pode ter que pagar quase dois bilhões de dívidas deixadas pela administração anterior. Dessa dívida, cerca de metade ainda não foi incluída nas dívidas não-contabilizadas e representa R$ 1,2 bilhões em ações trabalhistas que tramitam na Justiça.
Além das ações, a nova administração teria desmantelado esquemas de corrupção de rachadinhas dentro da companhia. A rachadinhas é o superfaturamento de servidores públicos com o objetivo de desviar a diferença para um outro agente.
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