Lula cai na pesquisa Quaest e Caiado ganha força com modelo de segurança pública de Goiás
12 novembro 2025 às 10h37

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Em meio ao impacto político da megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), desponta como um dos principais nomes no debate nacional sobre segurança pública. A ação coincidiu com a queda na avaliação do governo Lula, segundo a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 12.
A pesquisa mostra 50% de desaprovação à gestão petista, contra 47% de aprovação. Enquanto isso, Caiado colhe reconhecimento por resultados consistentes em Goiás e por seu apoio explícito às forças policiais.
A pesquisa Quaest também revelou que 67% dos brasileiros aprovam a operação no Rio, considerada a mais letal da história fluminense, com 121 mortos, incluindo quatro policiais. Apenas 25% desaprovaram a ação. O levantamento aponta que o tema da segurança pública e as falas do presidente sobre o assunto contribuíram para frear a melhora na percepção do governo federal.

Queda de homicídios em Goiás
Nesse cenário, Goiás é exemplo de eficiência. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado registrou uma queda de 52,1% na taxa de homicídios entre 2018 e 2024, passando a 18,8 mortes por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional, de 20,8. A redução, sustentada desde o início da gestão Caiado, consolida o estado como o mais seguro do país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Enquanto a discussão sobre o papel das forças policiais divide opiniões no Rio e em Brasília, o governador goiano mantém seu discurso firme. Em vídeo publicado nas redes sociais, Caiado elogiou a operação fluminense e defendeu a autoridade do Estado sobre o crime organizado.
Segundo ele, “o Estado mostrou força, mostrou que entra onde quiser, a hora que quiser. Enfrenta o crime com superioridade de inteligência, técnica e armamento… O poder não pertence ao crime, pertence à lei”. O governador também lamentou a morte de policiais na ação e criticou o que chamou de “anos de restrições às operações policiais” e “decisões distantes da realidade” que teriam fortalecido facções.
A postura do governador agradou os goianos. Um levantamento da GRUPOM Consultoria revelou que 82,3% dos eleitores de Goiás aprovam a operação no Rio, enquanto apenas 16,8% se mostraram contrários. O estudo, com 831 entrevistados e margem de erro de 3,2 pontos percentuais, indica ainda que 99% acompanharam notícias sobre o tema.
O mesmo levantamento mostra que Caiado é aprovado por 76,8% dos entrevistados na área de segurança pública, enquanto o presidente Lula é reprovado por 80,5% e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por 76,2%. Já o gesto do governador goiano de apoiar publicamente a operação ao lado de outros líderes estaduais foi aprovado por 79,7% da população local.
Na avaliação do próprio Caiado, a segurança é condição essencial para o desenvolvimento. Em outro vídeo publicado nas redes, ele afirmou: “O problema não é de Constituição, o problema é de falta de gestão do Governo Federal, falta de interesse do Governo Federal em combater o crime no país. Aqui em Goiás nós temos segurança plena porque temos prioridade e integração entre as forças policiais.” Ele destacou o funcionamento da Força Integrada de Combate ao Crime, sediada na Polícia Federal, com a cooperação direta das polícias Militar, Civil, Penal, Rodoviária Federal e Federal.
O governador também tem buscado transformar a experiência goiana em um modelo nacional. Na última sexta-feira, 7, ele inaugurou o 1º Fórum Militar Nacional de Policiamento Especializado, reunindo mais de 100 policiais militares de 21 estados. O evento discutiu estratégias conjuntas, apresentou tecnologias e promoveu visitas técnicas às unidades especializadas da Polícia Militar de Goiás. Desde 2019, o estado já investiu R$ 17 bilhões na área de segurança.
“Não existe resgate da soberania brasileira sem a integração das forças de segurança pública”, declarou Caiado, reforçando a importância da cooperação interestadual. Ele defende que o modelo goiano, baseado em inteligência, valorização profissional e controle do sistema penitenciário, é fundamental para conter o avanço do crime organizado.
A percepção pública sobre a segurança tem refletido nas pesquisas. De acordo com a Quaest, a preocupação dos brasileiros com a violência subiu de 30% para 38% em um mês. Paralelamente, 46% dos entrevistados defendem leis mais duras e penas maiores para criminosos reincidentes, o que indica apoio popular a medidas de endurecimento.
Caiado, ao lado de governadores como Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), também participa do chamado “Consórcio da Paz”, iniciativa criada após a megaoperação no Rio. O grupo tem como objetivo compartilhar informações, inteligência e apoio operacional entre estados governados por políticos de perfil conservador.
Segundo a pesquisa Quaest, 47% dos brasileiros enxergam o consórcio como uma ação política, enquanto 46% acreditam que ele pode ajudar a reduzir a violência. Entre os governadores que mais se destacam, Cláudio Castro (RJ) lidera com 24% de aprovação, seguido por Tarcísio de Freitas (SP), com 13%, e Caiado, com 11%.
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