Lista dos políticos mais rejeitados é sinal de que o goiano está exausto da polarização

26 setembro 2025 às 17h00

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O instituto AtlasIntel divulgou, nesta sexta-feira, 26, uma pesquisa eleitoral com dados essenciais sobre o cenário que se forma para o pleito de 2026. Além de trazer os nomes que já aparecem melhor na pré-disputa ao governo de Goiás (Daniel Vilela lidera, seguido de Wilder Morais), o levantamento apontou também as figuras políticas mais rejeitadas pela população do estado.
Curiosamente, ao se delimitar um ranking dos 10 mais rejeitados, quatro são do PL e três do PT. Questionados sobre em quem não votariam “de jeito nenhum”, 56,1% dos entrevistados escolheram o presidente Lula. Em segundo lugar aparece Adriana Accorsi, com 43%. Jair Bolsonaro vem logo depois, com 40,7% de rejeição.
O deputado federal petista Rubens Otoni ocupa a quinta posição, com 36,4%, seguido pelo colega de Congresso Gustavo Gayer (PL), que tem 33%. Os bolsonaristas Major Vitor Hugo e Wilder Morais fecham a lista, com 25,8% e 20,8% de rejeição, respectivamente.
A presença massiva de petistas e bolsonaristas nesse ranking não é um fato aleatório. Os dados consolidam um entendimento que há tempos se percebe não apenas em Goiás, mas em todo o país: a população está cansada da polarização.
Leia também: Lula, Adriana Accorsi e Bolsonaro lideram lista dos políticos mais rejeitados de Goiás, diz pesquisa Atlas
Desde antes das eleições de 2018, bolsonaristas e petistas transformaram o antagonismo em uma estratégia de sobrevivência política. O que antes era visto como uma polarização natural entre apoiadores de candidatos distintos virou uma simbiose destrutiva, uma divisão acirrada da sociedade que extrapolou a esfera eleitoral e alcançou a vida social e humana.
Enquanto Bolsonaro foi eleito com a proposta de “fuzilar a petralhada”, Lula voltou ao poder com o discurso de “união e reconstrução” pós-Bolsonaro. Mas a eleição de 2022 passou, e a polarização continuou.
Agora, após a condenação do ex-presidente Bolsonaro por planejar e liderar uma tentativa de golpe, a bola da vez é a “anistia” dos que serão condenados por participar dos ataques de 8 de janeiro – tema que mais uma vez divide esquerda e direita, PL e PT.
A questão é que a divisão ideológica intensificada pela disputa entre essas duas legendas partidárias parece ter saturado. Cansou. A impressão que se tem é que a briga PT e PL, esquerda e direita, “bem contra o mal” – e os simpatizantes de ambos os lados clamam ser eles mesmos os representantes do “bem” – caiu no desgosto e no imaginário popular como um caminho que desemboca em nada, a não ser em ataques e ofuscamento de pautas que realmente importam.
Os números da pesquisa apontam um caminho quase óbvio: em 2026, poderá levar a vitória em Goiás quem se afastar dos extremos.