Lava Jato cumpre mais de 50 mandados de prisão no Brasil e outros dois países

03 maio 2018 às 08h31

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A partir da delação de doleiros, PF chegou a um esquema de lavagem de dinheiro transnacional que chegou a movimentar mais de US$ 1 bi
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3/5) a “Operação Câmbio, Desligo”, para desarticular esquema de doleiros brasileiros que atuava também no Uruguai e Paraguai. A ação foi deflagrada por determinação do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, responsável pela Lava Jato no Estado e cumpre mais de 50 mandados de prisão no Brasil e no exterior.
Foram expedidas 43 ordens de prisão preventiva no Brasil e seis de prisão preventiva no exterior, quatro de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão. As ações ocorrem nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Brasília.
Segundo a PF, a organização criminosa especializada na prática de crimes financeiros e evasão de divisas e é responsável por complexa estrutura de lavagem de dinheiro transnacional e ocultação de divisas.
Dario Messer, filho do doleiro Mardko Messer, seria o principal alvo da operação. Ele era uma espécie de mentor de Vinicius Claret e Cláudio Barbosa, doleiros responsáveis pelas delações que deram origem a essa nova operação.
Em colaboração, Barbosa, conhecido como Tony, e Claret, conhecido como Juca Bala, detalharam esquema que reunia doleiros de todo o país e chegou a movimentar cerca de US$ 1,6 bilhão envolvendo mais de 3 mil offshores em 52 países.
Neste sistema, Messer era o responsável por dar lastro financeiro às operações da dupla, recebendo a maior parte do lucro.
Claret e Barbosa foram presos no ano passado, no Uruguai, em decorrência da Operação Eficiência, mesma ação que prendeu o empresário Eike Batista. Eles eram suspeitos de trabalhar em esquema que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.