Lançamento do primeiro foguete comercial do Brasil é adiado novamente
17 dezembro 2025 às 07h30

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O primeiro lançamento de um foguete comercial no Brasil, originalmente previsto para esta quarta-feira, 17, foi adiado novamente. A informação foi divulgada pela Innospace, empresa sul-coreana responsável pelo veículo, e confirmada pela Força Aérea Brasileira (FAB). O novo lançamento está agora programado para esta sexta-feira, 19, na Base de Alcântara, no Maranhão.
Em nota, a Innospace explicou que o adiamento ocorreu para “garantir tempo para a substituição de componentes” após a detecção de uma anomalia no dispositivo de resfriamento do sistema de fornecimento de oxidante do primeiro estágio, durante a inspeção final. Segundo a empresa, sediada em São José dos Campos (SP), a substituição envolve apenas alguns componentes do sistema de refrigeração, e o foguete não apresenta defeitos estruturais.
A Innospace acrescentou que, embora geralmente sejam necessários três dias para novas operações de lançamento, a substituição das peças pode ser feita com o foguete já posicionado na plataforma, permitindo que o lançamento ocorra dois dias depois. A FAB afirmou que mantém todas as suas infraestruturas e equipes técnicas plenamente operacionais, garantindo suporte total ao lançamento em coordenação com os órgãos envolvidos.
Essa é a segunda vez que o voo do foguete HANBIT-Nano, que levará cinco satélites à órbita da Terra, é adiado. Em novembro, o lançamento, que seria no dia 22, também precisou ser reprogramado para ajustes adicionais no veículo. O HANBIT-Nano tem 21,9 metros de altura, pesa 20 toneladas, possui 1,4 metro de diâmetro e é capaz de atingir o espaço em até três minutos, alcançando velocidade de até 30 mil km/h — aproximadamente 30 vezes a velocidade de um avião comercial.
A missão, chamada Spaceward, é coordenada pela FAB e pela Agência Espacial Brasileira (AEB), e visa levar cinco satélites e três dispositivos para pesquisas em diversas áreas, desenvolvidas por instituições brasileiras e indianas. O lançamento ocorrerá em dois estágios e poderá ser visto a olho nu de Alcântara e de parte do litoral de São Luís (MA). Se bem-sucedido, o voo representará um avanço do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais. Segundo a AEB, a Innospace firmou um acordo de prestação de serviços com valor mínimo de retribuição ao Estado, sem previsão de lucro.
O Centro de Lançamento de Alcântara, construído na década de 1980, possui localização estratégica próxima à Linha do Equador, o que reduz o consumo de combustível e, consequentemente, o custo das operações. A região também oferece baixo tráfego aéreo e ampla flexibilidade de inclinações orbitais, tornando-se um dos locais mais privilegiados para lançamentos espaciais no país. Quanto mais próximo da linha do Equador, maior a velocidade de rotação da superfície, facilitando a colocação de foguetes em órbita com menor gasto de combustível e menor tempo de viagem.
