A Justiça do Pará decidiu, nesta quinta-feira, 4, por manter preso o policial militar goiano suspeito de negociar a compra de uma criança no Pará. A decisão veio após ele passar por audiência de custódia realizada nesta quinta-feira, 4. A mulher dele foi julgada e deve cumprir prisão domiciliar, que será monitorada em Goiás. Durante o procedimento, o Ministério Público requereu a retirada da guarda da criança de 8 anos, que estava com o casal no momento da prisão, segundo o delegado Hennison Jacob, que investiga o caso.

De acordo com o investigador, o homem relatou que decidiu ir para o estado nortista após pesquisas realizadas sobre a região. “No telefone dele havia pesquisas no Google, em sites de busca de crianças para adoção. Mas queriam fazer tudo de forma errada: pagando. Por isso, é tráfico de pessoas, porque envolve comercialização”, explica.

Segundo o investigador, a primeira parada do casal foi em Melgaço, onde ele estava negociando com moradores locais, mas as tratativas não foram para frente. Durante a ida para Portel, o policial militar e a esposa começaram a negociar com outro casal que estava na mesma lancha que eles.

“Nesse trajeto, começaram a falar sobre crianças e sobre a possibilidade de adotar no Marajó. Ele achou curiosa aquela conversa e começou a interagir com o casal, trocando telefone. Quando chegaram em Portel, cada um foi para sua casa”, pontua.

Ainda de acordo com o delegado, mais tarde, o policial recebeu uma ligação do casal e perguntou a eles se não conhecia alguém que quisesse “doar” uma criança para adoção. O policial teria dito ainda que estaria disposto “a pagar” porque não queria esperar o processo de adoção, que considerava moroso. Neste momento, o casal desconversou e acionou a polícia.

“Comunicou que havia um casal em um hotel da cidade interessado em pagar para adotar uma criança. A polícia fez o mapeamento dos hotéis e realizou diligências de forma descaracterizada. No local, encontraram o casal negociando valores para adotar uma criança. A prisão foi feita neste momento, com apoio da Polícia Militar. A princípio, ele não quis ser preso, resistiu, mas diante do aumento da força policial, acabou sendo detido junto com a mulher”, destaca.

Em depoimento, o homem afirmou que sempre teve interesse em ter outro filho. A criança, que seria filho apenas da mulher, foi encaminhada ao Conselho Tutelar. Como o nome do casal não foi divulgado, o Jornal Opção não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos. O espaço permanece aberto para futuros posicionamentos.

Mais cedo, a Polícia Militar de Goiás informou que o homem está afastado desde o dia dia 28 de novembro, aguardando a efetivação de sua passagem para a reserva. Além disso, disse que “colaborará integralmente com as autoridades responsáveis, cumprindo todas as decisões judiciais pertinentes.”

“A PMGO reforça que não compactua com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes. Os procedimentos administrativos disciplinares serão instaurados para apurar todas as circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao fato”, finalizou o texto.

Veja o texto completo

A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria está acompanhando o caso e esclarece que o militar envolvido encontra-se na condição de agregado e afastado de suas funções desde o dia 28 de novembro, aguardando a efetivação de sua passagem para a reserva.

A Corporação colaborará integralmente com as autoridades responsáveis, cumprindo todas as decisões judiciais pertinentes.

A PMGO reforça que não compactua com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes. Os procedimentos administrativos disciplinares serão instaurados para apurar todas as circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao fato.

Assessoria de Comunicação Social
5ª Seção do Estado-Maior Estratégico – PMGO

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