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Dupla de peritos previdenciários elaborava laudos que atestavam invalidez de segurados no município de Minaçu. Um dos acusados é ex-candidato a prefeito

Dois médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Goiás tiveram os bens indisponíveis pela Justiça Federal em mais de R$ 7,5 milhões. Eles respondem por fraudes à agência do INSS no município de Minaçu, localizado no norte do Estado.

Conforme ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), os dois médicos concederam de 2002 a 2006 diversos benefícios a assegurados que, em troca, teriam oferecido favores políticos a um dos acusados, então candidato a prefeito em Minaçu.

A dupla elaborava laudos médico-periciais que atestavam de forma fraudulenta a existência de doenças incapacitantes e a invalidez de segurados do Regime Geral da Previdência Social.

Os benefícios previdenciários eram concedidos a partir de relatórios médicos emitidos por especialistas de áreas que não possuíam qualquer relação com a suposta patologia atribuída aos assegurados. Conforme o MPF-GO, houve casos em que os relatórios foram elaborados por obstetras e pediatras.

Na ação, o órgão ministerial cita ao menos nove segurados que foram beneficiados com o esquema e que se enriqueceram de forma ilícita, causando prejuízos ao erário federal.

Em março, a Justiça Federal já havia julgado procedente as acusação do MPF na esfera criminal e decidiu condenar por estelionato cada um dos dois médicos a cinco anos de reclusão, em regime semiaberto, além do pagamento de multa.