Justiça determina que Prefeitura de Goiânia repasse dinheiro para tratamento homecare de menina que cheirou pimenta

22 agosto 2025 às 15h09

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A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) efetivou, na última quinta-feira, 21, o pagamento de R$ 156 mil para viabilizar o tratamento domiciliar da jovem Thaís Medeiros de Oliveira, de 27 anos. Oliveira está em estado neurológico grave desde março de 2023, quando sofreu parada cardiorrespiratória provocada por inalação de pimenta em conserva.
A transferência foi feita em decorrência de uma determinação judicial da Justiça Federal. O valor já estava bloqueado em ação que tramita na 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária de Goiás, mas ainda não havia sido liberado por questões burocráticas.
Entenda o caso
O episódio que acometeu Thaís ganhou ampla repercussão nacional: a jovem, que trabalhava como trancista, inalou acidentalmente uma pimenta em conserva, o que lhe causou uma grave reação alérgica, culminando em parada cardíaca. Thaís chegou ao hospital sem pulso, foi reanimada, mas sofreu sequelas neurológicas permanentes e severas, sendo diagnosticada com encefalopatia hipóxico-isquêmica grave.
Desde então, Thaís depende integralmente de cuidados contínuos. Por longos períodos, recebeu atendimento domiciliar adequado, que foi interrompido por impasses administrativos e financeiros. A nova liberação judicial devolve à jovem o acesso ao cuidado técnico especializado e contínuo – essencial para sua estabilidade clínica.
Família e defesa comemoram decisão
A luta pela efetivação do tratamento teve à frente o advogado Camilo Bueno Rodovalho, que também atua como assessor jurídico do deputado estadual Mauro Rubem. Ambos têm atuado de forma firme e coordenada para que o direito à vida e à saúde da jovem seja respeitado, especialmente diante da omissão do ente público demandado.
Para Camilo, “a decisão judicial representa a restauração de um mínimo de dignidade à paciente e à sua família, e reafirma o papel do Judiciário na concretização dos direitos constitucionais”.
Já o deputado Mauro Rubem, histórico defensor do SUS e da saúde pública, reafirmou o compromisso do mandato com as pessoas em maior situação de vulnerabilidade:
“Não se trata apenas de uma questão jurídica, mas de humanidade. Thaís precisa e tem direito ao tratamento. E seguiremos atentos à continuidade dessa assistência, para que ela jamais volte a ser interrompida por omissões estatais”.
A jovem Thaís permaneceu em 2024 com baixíssima taxa de reinternações – apenas três no total – evidenciando o sucesso do modelo de atendimento domiciliar com equipe especializada. O retorno da CaptaMed representa não apenas uma conquista jurídica, mas sobretudo a possibilidade real de preservação de sua vida e estabilidade neurológica.
Sua mãe, Adriana Medeiros, destaca a importância do apoio da sociedade e das instituições:
“O home care não é um luxo, é o que mantém minha filha viva com dignidade”.
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