Justiça condena ex-governador do DF em ação de improbidade sobre pagamento de propina

28 outubro 2024 às 20h00

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A Justiça condenou o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PL), à suspensão de direitos políticos por 12 anos e ao pagamento de multa de R$ 152,5 mil, em processo oriundo da Operação Caixa de Pandora. A sentença foi proferida pela 2ª Vara da Fazenda Pública do DF.
Para o juiz Daniel Eduardo Branco Carnacchioni ficou comprovado que a empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos pagou propina de R$ 152,5 mil, em outubro de 2009, para manter o contrato de informática com o governo do Distrito Federal. A empresa recebeu pagamentos de R$ 45,1 milhões, por meio da matriz e da filial, no período de 2007 a 2009.
Um vídeo mostra Nerci Soares Bussamra, representante da Uni Repro, entregando R$ 152,5 mil ao então secretário de Relações Institucionais do DF e delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Arruda foi beneficiado com o recurso ilícito.
A setença também proibe a contratação com o poder público por 10 anos de Nerci e do ex-chefe da Casa Civil do DF José Geraldo Maciel. A empresa Uni Repro também foi condenada. Arruda, Maciel, Nerci, Durval e a empresa deverão pagar R$ 152,5 mil como reparação de dano.
“As provas se conectam e formam um conjunto probatório robusto e harmonioso. Além de terem os nomes citados em gravações, os demais réus condenados nesta ação de improbidade tiveram suas vozes e/ou imagens captadas, o que evidencia participação direta no esquema de propina dos contratos de informática, em relação à empresa Uni Repro”, enfatizou o juiz, na sentença.
O juiz rejeitou o pedido do MPDFT para condenar o ex-vice-governador Paulo Octávio e Marcelo Carvalho, ex-diretor das empresas de Paulo Octávio.