COMPARTILHAR

Gerente da casa noturna Avelino’s, no bairro Perequê, no Guarujá, no litoral de São Paulo, Lúcio Mauro Silveira foi acusado de perseguir e provocar o acidente de automóvel que matou Mila Perillo Borghetti — prima do ex-governador de Goiás Marconi Perillo, do PSDB — e, levado a julgamento, foi absolvido. O acidente aconteceu no dia 31 de outubro de 2004, há 20 anos.

Mila Perillo Borghetti e um grupo de amigos contestaram a cobrança de bebidas não consumidas, como às vezes ocorrem em bares e boates, e foram pressionados. O grupo saiu do local e teria sido perseguido por Lúcio Mauro Silveira. Então, ocorreu o acidente — o automóvel dirigido por Juliana Carneiro Silveira capotou e bateu num poste — e a jovem morreu.

O ex-gerente teria jogado o carro que dirigia no veículo em que estava o grupo de jovens. Ele forçou a ultrapassagem pelo acostamento, o que teria provocado o acidente.

Apesar da participação de Lúcio Mauro Silveira no acidente — que, sem a perseguição, não teria acontecido, possivelmente —, a Justiça decidiu absolvê-lo, 20 anos depois dos fatos.

O automóvel em que estava Mila Perillo Borghetti | Foto: Reprodução

Ministério Público pediu condenação

A família e o Ministério Público poderão recorrer da sentença da Justiça. Talvez seja necessário retirar o caso do Guarujá, onde Lúcio Mauro Silveira é conhecido, mas a jovem morta talvez não tenha — o que pode ter criado um quadro favorável ao ex-gerente da casa noturna.

O Tribunal do Júri ocorreu na quinta-feira, 29, no Fórum do Guarujá. A maioria dos jurados decidiu pela absolvição do réu.

O Ministério Público se manifestou pela condenação de Lúcio Mauro Silveira pelo crime de homicídio por motivação “fútil”.

O ex-gerente dirigia o automóvel que perseguiu o grupo de jovens. O MP alegou que o ex-funcionário da casa noturna, ao ir atrás do grupo, teria assumido o risco de gerar o resultado do acidente — o que teria caracterizado “dolo eventual”.

Em sentido contrário, a defesa sublinhou que não há provas de autoria por parte de Lúcio Mauro Silveira.

O advogado do réu sustenta que não se fez exame e perícia de consumo de álcool. Postulou também que o ex-gerente não fugiu do local e compareceu tanto na Polícia Civil quanto nas audiências da Justiça. (E.F.B.)