Justiça absolve homem que provocou acidente no qual morreu uma prima de ex-governador de Goiás

31 maio 2025 às 13h04

COMPARTILHAR
Gerente da casa noturna Avelino’s, no bairro Perequê, no Guarujá, no litoral de São Paulo, Lúcio Mauro Silveira foi acusado de perseguir e provocar o acidente de automóvel que matou Mila Perillo Borghetti — prima do ex-governador de Goiás Marconi Perillo, do PSDB — e, levado a julgamento, foi absolvido. O acidente aconteceu no dia 31 de outubro de 2004, há 20 anos.
Mila Perillo Borghetti e um grupo de amigos contestaram a cobrança de bebidas não consumidas, como às vezes ocorrem em bares e boates, e foram pressionados. O grupo saiu do local e teria sido perseguido por Lúcio Mauro Silveira. Então, ocorreu o acidente — o automóvel dirigido por Juliana Carneiro Silveira capotou e bateu num poste — e a jovem morreu.
O ex-gerente teria jogado o carro que dirigia no veículo em que estava o grupo de jovens. Ele forçou a ultrapassagem pelo acostamento, o que teria provocado o acidente.
Apesar da participação de Lúcio Mauro Silveira no acidente — que, sem a perseguição, não teria acontecido, possivelmente —, a Justiça decidiu absolvê-lo, 20 anos depois dos fatos.

Ministério Público pediu condenação
A família e o Ministério Público poderão recorrer da sentença da Justiça. Talvez seja necessário retirar o caso do Guarujá, onde Lúcio Mauro Silveira é conhecido, mas a jovem morta talvez não tenha — o que pode ter criado um quadro favorável ao ex-gerente da casa noturna.
O Tribunal do Júri ocorreu na quinta-feira, 29, no Fórum do Guarujá. A maioria dos jurados decidiu pela absolvição do réu.
O Ministério Público se manifestou pela condenação de Lúcio Mauro Silveira pelo crime de homicídio por motivação “fútil”.
O ex-gerente dirigia o automóvel que perseguiu o grupo de jovens. O MP alegou que o ex-funcionário da casa noturna, ao ir atrás do grupo, teria assumido o risco de gerar o resultado do acidente — o que teria caracterizado “dolo eventual”.
Em sentido contrário, a defesa sublinhou que não há provas de autoria por parte de Lúcio Mauro Silveira.
O advogado do réu sustenta que não se fez exame e perícia de consumo de álcool. Postulou também que o ex-gerente não fugiu do local e compareceu tanto na Polícia Civil quanto nas audiências da Justiça. (E.F.B.)