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O juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, não escondeu a impaciência com a prolixidade adotada pelo ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, Filipe Martins, durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quinta-feira, 24. Ao fazer uso da fala, Martins foi interrompido pelo juiz, que cobrou objetividade e conclusão de seu pensamento e chegou a dizer: “Não é momento pra ficar dando aula”.

Filipe Martins e outros quatro réus do vulgo “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado são interrogados no STF nesta quinta-feira. Martins é acusado de ter sido o responsável por editar a “minuta golpista” com detalhes da tentativa de golpe e, também, apresentar seus “fundamentos jurídicos” ao alto escalão das Forças Armadas em uma reunião em 7 de dezembro de 2022.

Durante o interrogatório de hoje, Filipe Martins, que também integrava o chamado “núcleo olavista”, de alunos do filósofo e astrólogo Olavo de Carvalho, criticou a denúncia que o tem como alvo e disse que os argumentos poderiam ser contestados dentro do utilitarismo (ética baseada nas consequências, buscando sempre maximizar a felicidade geral).

Neste momento, Martins, que já havia sido advertido pelo juiz auxiliar de Moraes, voltou a ser interrompido. “Aqui não é o momento de dar aula sobre o que é utilitarismo, sobre o que é pragmatismo ou não. Vamos concluir, por favor. Aqui o réu fala sobre fatos”, declarou Tamai.

Veja o momento:

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