Jovem que atirou contra colegas em Goiânia aguarda decisão judicial para ser transferido
23 outubro 2017 às 13h28

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Até audiência, adolescente permanecerá apreendido em uma cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais
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O jovem de 14 anos que abriu fogo dentro de sala de aula em colégio de Goiânia, na última sexta-feira (20/10), permanece apreendido em uma cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai).
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou que a audiência de apresentação à Vara da Infância e Juventude do adolescente não acontecerá nesta segunda-feira (23/10), conforme inicialmente anunciado.
Em nota, a assessoria do tribunal se limitou a comunicar à imprensa que o Juizado da Infância ainda não designou a data da audiência e que, por razões legais, não fornecerá novos detalhes sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.
Na noite de sábado (21), a juíza Maria Cezar Moreno Senhorelo, que não responde pela Vara da Infância e Juventude, mas estava de plantão, acatou a recomendação do Ministério Público estadual e determinou a internação provisória do adolescente por 45 dias.
Pela decisão da juíza, o garoto deveria ser transferido para o Centro de Internação Provisória (CIP) da capital goiana, onde aguardaria o julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
No entanto, a mesma juíza acatou o pedido da defesa do autor dos disparos e determinou que o adolescente permaneça na cela de uma delegacia até ser apresentado ao Juizado da Infância e Juventude.
Segundo a advogada que defende o estudante, o centro de internação não é seguro para o adolescente, uma vez que seus pais são policiais militares e seu pai já atuou no sistema prisional. O MP também solicitou que o adolescente seja colocado em separado dos demais internos.
Na manhã de sexta-feira (20), o adolescente de 14 anos, filho de um policial militar, abriu fogo contra colegas em sala de aula matando dois – João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, ambos de 13 anos – e deixando quatro jovens feridos. De acordo com as investigações, ele agiu motivado por bullying e disse ter se inspirado nos casos de Columbine, nos Estados Unidos, e Realengo, no Rio de Janeiro.
Três jovens feridas pelos tiros permanecem internadas no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e Hospital de Acidentados. Nenhuma corre risco de morte.