Aos 25 anos, Ingrid Telles, moradora de Hidrolândia, vive uma rotina marcada por incertezas, limitações físicas e um impacto emocional profundo enquanto busca respostas para uma série de sintomas relacionados a uma possível doença autoimune ainda não identificada. Autista, ela relata que a situação se agravou nos últimos meses, sem que os especialistas cheguem a um consenso sobre o diagnóstico.

Os primeiros sinais apareceram há cerca de dois anos. “Foram pápulas na pele, umas verrugazinhas que coçavam demais, ficavam muito vermelhas”, conta. Em seguida, surgiram episódios de desmaio quase diários, o que levou médicos a investigarem problemas cardíacos, síndrome vasovagal e outras hipóteses, todas descartadas. “Suspeitaram de lúpus, mas não era. Agora desconfiam de vasculite. Falaram até em urticária, mas meus sintomas são muito mais fortes que isso”, afirma.

A piora recente trouxe novos desafios. Ingrid relata coceira intensa, hematomas frequentes, “parece que eu apanhei”, descreve, sangramentos, quedas por fraqueza extrema e dor nos olhos que dificulta permanecer em ambientes iluminados.

“O cansaço é fora do comum. Eu caio de tão fraca. Está muito difícil sair sozinha e manter minhas atividades no trabalho”, diz. A sensibilidade ocular tornou tarefas simples, como ficar no claro, quase impossíveis.

Ingrid está sob acompanhamento de imunologista e reumatologista. Atualmente utiliza hidroxicloroquina, corticóides, colchicina. Caso não apresente melhora, os médicos consideram iniciar um medicamento “de alto custo”, cujo nome ainda não foi informado formalmente à paciente. Ela afirma que o valor do tratamento seria inviável sem apoio externo.

Dermatologista, por outro lado, ela ainda não conseguiu consultar. “Foi tudo muito rápido. Os sintomas agravaram, e nenhum médico descobre exatamente o que é”, diz.

O adoecimento veio somado às dificuldades inerentes ao autismo. “Minha saúde mental está horrível. Eu já tinha minhas demandas por ser autista, e agora isso tudo junto… afeta demais a mim e minha família”, desabafa.

As limitações aumentaram a dependência no dia a dia. “Eu fico fraca, não consigo fazer nada sozinha, então está bem complicado.” Apesar disso, ela segue com acompanhamento psicológico esporádico.

Para custear exames, consultas e possíveis novos medicamentos, Ingrid abriu uma vaquinha online.