Jales Mendonça é o mais novo imortal da Academia Goiana de Letras

26 junho 2025 às 18h49

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Jales Mendonça é tão múltiplo quanto Mário de Andrade. Trezentos e cincoenta, digamos.
No Ministério Público, é um promotor de justiça de primeira linha. Competente, um pensador do Direito. Isaiah Berlin, o filósofo, diria: uma raposa (como Liev Tolstói). No sentido de ver as coisas de várias perspectivas. Porque tem uma mente aberta.
Como historiador das cousas de Goiás, Jales Mendonça deu uma contribuição inestimável à pesquisa tanto relevante quanto inovadora. De alguma maneira, suas ideias, esboçadas numa dissertação de mestrado e numa tese de doutorado, provocou um certo curto-circuito na historiografia. Ele é o tipo de pesquisador que acrescenta e não fica apenas repetindo as ideias estabilizadas por outros pesquisadores.
No mestrado e no doutorado, uniu seu conhecimento de historiador consciencioso ao de perspicaz conhecedor do Direito.
Jales Mendonça não é um burocrata do texto, como às vezes ocorre com escritores de formação jurídica (bacharelesca). Ele escreve muito bem. É um escritor nato, de uma fluência verbal rara e precisa.
Na presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Jales Mendonça praticamente o reinventou. O IHGG se tornou um centro de pesquisa moderno (informatizado) e acessível. Até o edifício que o sedia foi recuperado em sua bela arquitetura. Recentemente, ao visitá-lo, o embaixador argentino quedou-se entusiasmado. Inclusive com a cor — rosa — do prédio.
Nesta quinta-feira, 26, Jales Mendonça foi eleito membro da Academia Goiana de Letras. É uma vitória dele, claro. Mas também é uma vitória da AGL, que passa a contar com um acadêmico com excelente formação histórica e, sim, literária.