Já parou pra reparar um bebê adormecendo?

04 outubro 2024 às 18h56

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Outro dia eu estava deitada na cama da minha sogra, Matheus mamando e lutando pra adormecer. Depois de mamá, colo e abraço, ele foi se entregando, os bracinhos amolecendo e o corpinho se encaixando no meu de um jeito que era até difícil eu me mexer. Tinha um dentinho apontando, mas eu ainda não sabia e o bebê tava lutando contra o sono e resmungando com dor. E aí ele dormiu, eu me emocionei e fiquei pensando em como eu adoro esse momento: o adormecer de um filho.
Eu sou uma adulta cansada, então em qualquer canto que eu encostar eu durmo. Cama, sofá, ônibus, banco da igreja. Não há limites pro meu sono, mas com criança é diferente. Matheus vai me olhando devagarinho, o olho fecha e depois abre devagar pra conferir se eu ainda estou por perto. Cecília ainda gosta de dormir com a gente fazendo um carinho, coçando as costas, o cabelo. Eles precisam se sentir seguros pra dormir. E é incrível demais ser a pessoa que inspira isso.
Meu marido joga bola às quintas-feiras à noite com um galera que trabalhava comigo e acabou virando o rolê dele. O fut de quinta. Ele chega de madrugada e agora perdeu a nossa cama. Na maioria das vezes, quinta é o dia da Cecília dormir comigo. Era a noite das meninas, agora é noite de cama cheia. Matheus mama e ela deita do lado pra receber um carinho no cabelo. Depois que ele adormece, a gente dorme de conchinha ou de mãos dadas!
O segundo filho dá a oportunidade de vivenciar as coisas com outro olhar. Quando Ceci era bebê, eu amamentava muito em frente à TV. Aproveitava aquele tempo pra ver série, filme. Com Matheus eu limitei isso, aproveito pra ficar olhando pro rostinho dele e pra tentar decorar cada expressão que muda logo na semana seguinte. É muito rápido, dizem as mães. É mesmo. Infelizmente é rápido demais.
A TV agora só fica ligada bem tarde, nunca ao longo do dia. E ainda assim, vez ou outra aperto o pause e fico admirando esse bebê. Os dedos com furinhos, o sorriso de canto da boca, o leite caindo. A Cecília tão mocinha, mas quando dorme, é só o meu bebê. Por mais exausta que eu esteja, nessa hora eu sempre agradeço a Deus pela oportunidade de ser mãe dessa garota.
Outro dia, Kadu organizou o nosso quarto quase como um grande acampamento. Colchão no chão, moisés do lado da cama, não tinha espaço pra pisar. E todo mundo dormiu junto com o ar gelado… Na hora eu fiquei brava. “Não amor, cada um no seu quarto pra eu dormir direito…”. E depois que todo mundo dormiu eu só conseguia pensar: por quantos anos mais Cecília vai querer dormir aqui? Será que adolescente ela ainda vai correr pro meu quarto, pra minha cama e pro meu colo?
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