Iris defende desapropriação e chama moradores do Jardim Botânico de invasores
06 outubro 2017 às 18h08

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Decreto da prefeitura desapropria imóveis particulares da região e abre brechas para especulação imobiliária
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (6/10), o prefeito Iris Rezende (PMDB) defendeu a desapropriação de imóveis particulares localizados no perímetro do córrego Botafogo, acertada por meio de decreto municipal do dia 6 de setembro.
Questionado sobre a falta de precisão da resolução ao não apontar quais e quantos serão os imóveis afetados, o prefeito apenas afirmou que o número é pequeno, sem qualquer detalhamento.
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“Estamos apenas determinando a área para a realização dos serviços que terão que ser feitos na região. Não é tanta coisa, e você não tenha dúvida de que essas áreas não constam nos loteamentos oficiais do município, ou seja, na nossa linguagem vulgar: são invasões”, sentenciou o peemedebista.
Iris também não citou qualquer compensação ou pagamento de indenização aos afetados pela decisão municipal.
Decreto
Um decreto do prefeito Iris Rezende, datado de 06 de setembro de 2017, torna de “utilidade pública, para fins de desapropriação”, imóveis particulares localizados no perímetro próximo ao córrego Botafogo. São 3 vilas, sem delimitação de quadras, que serão desapropriadas em até 90 dias, desde a data de publicação da resolução que obriga mais de 300 famílias a deixarem o local.
A área, segundo a prefeitura de Goiânia destina-se ao prolongamento da Avenida Marginal Botafogo.
Acontece que grande parte dos imóveis desapropriados ficam no entorno do Jardim Botânico e no setor Pedro Ludovico, o que volta à tona a discussão a cerca da viabilidade da chamada Operação Urbana Consorciada (OUC) Jardim Botânico.
Audiência
Após audiência pública nesta quinta-feira (5), a Câmara de Goiânia deve apreciar nas próximas sessões um decreto legislativo que susta os efeitos de outro decreto da gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB) que desapropria imóveis particulares localizados no perímetro ao córrego Botafogo. O projeto, que ainda não foi enviado à Casa, é uma proposta da vereadora Dra. Cristina (PSDB).
Vereadores, representantes de entidades classistas e moradores da região discutiram a proposta de Iris e chegaram à conclusão de que a mesma carece de maior especificidade no que diz respeito às áreas que serão alvo de desapropriação.