Incêndio na China acende alerta; Corpo de Bombeiros em Goiás reforçam protocolos nos edifícios elevados
07 dezembro 2025 às 16h42

COMPARTILHAR
No dia 26 de novembro, um incêndio de grandes proporções atingiu sete dos oito edifícios do Wang Fuk Court, um condomínio de edifícios elevados em Hong Kong. O desastre deixou 159 mortos, mais de 80 feridos e dezenas de desaparecidos.
Moradores e testemunhas relataram à imprensa local cenas de pânico enquanto o Corpo de Bombeiros da península tentava conter as chamas que consumiram quase todas as unidades habitacionais. O incêndio teria sido agravado por andaimes de bambu instalados de forma incorreta e por telas verdes de poliestireno, que serviram de combustível para as chamas se espalharem rapidamente. Na hora do incêndio, os edifícios passavam por uma renovação.
A operação mobilizou 767 bombeiros, distribuídos em 128 caminhões de combate, além de 400 policiais e 57 ambulâncias.
De acordo com a Reuters, uma investigação contratada pela associação de moradores apontou que a empreiteira Prestige Construction & Engineering Co. acumulava mais de dez multas por irregularidades, como instalação inadequada de andaimes e falhas elétricas. Anteriormente, a empresa havia falsamente alegado aos moradores que não tinham problemas de segurança estruturais nos edifícios.
Risco em Goiânia é baixo e fiscalização é constante
Situações dessa magnitude nunca foram registradas em Goiânia, mas o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) afirma manter rigor na fiscalização para prevenir ocorrências semelhantes. “A corporação é preparada tanto para incêndios em edificações baixas como as edificações elevadas”, afirma o capitão Sérgio de Oliveira.
A dificuldade de edificações elevadas está no resgate das vítimas. Por isso, os edifícios devem ter todos os sistemas de seguranças instalados para terem uma proteção ativa.
O capitão Sérgio de Oliveira atua na área técnica do CBM-GO e diz que o monitoramento é realizado pelo Comando de Atividades Técnicas (CAT), responsável por cadastrar as edificações no sistema da corporação, analisar projetos estruturais e avaliar as medidas de segurança contra incêndio.
Novas regras para prédios altos
Desde 2023, o CBM-GO adotou novos critérios de segurança para edifícios com mais de 90 metros de altura, equivalentes a mais de 30 andares. A atualização decorre das Normas Técnicas da instituição.
Entre as exigências que foram atualizadas estão as escadas pressurizadas à prova de fumaça e os elevadores de emergência. Segundo Oliveira, a “escada pressurizada oferece melhor segurança tanto para a fuga dos moradores quanto para o acesso dos bombeiros. Ela mantém pressão positiva nas escadarias, impedindo que partículas de fumaça entrem no local”, explica Oliveira.
Em maio de 2025, outra atualização tornou obrigatória a instalação de sistemas automáticos de detecção de incêndio em todas as áreas verticais dos edifícios residenciais — incluindo os apartamentos.
Vistoria, certificação e punições
Após análise documental, o Corpo de Bombeiros realiza vistoria in loco para verificar a presença e o funcionamento de equipamentos como: sprinklers, detectores de fumaça, extintores e rotas de fuga. Quando aprovados, os edifícios recebem o Certificado de Conformidade, que deve ser renovado anualmente com a realização de novas vistorias agendadas.
Todos os dados são integrados ao SISBOM, da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), permitindo atuação coordenada em emergências.
Em caso de irregularidades, o condomínio recebe um prazo de 30 dias para ajustes. Se a adequação não ocorrer, há abertura de processo administrativo que pode resultar em multas e até interdição total da edificação. As multas são aplicadas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas à Secretaria de Estado da Economia.
Por fim, reforça que qualquer cidadão pode denunciar irregularidades diretamente ao bombeiros. Segundo o capitão, todo o processo ocorre sob sigilo.
Leia também: Provas discursivas do CNU são aplicadas neste domingo; veja o que não pode esquecer
