No dia 26 de novembro, um incêndio de grandes proporções atingiu sete dos oito edifícios do Wang Fuk Court, um condomínio de edifícios elevados em Hong Kong. O desastre deixou 159 mortos, mais de 80 feridos e dezenas de desaparecidos.

Moradores e testemunhas relataram à imprensa local cenas de pânico enquanto o Corpo de Bombeiros da península tentava conter as chamas que consumiram quase todas as unidades habitacionais. O incêndio teria sido agravado por andaimes de bambu instalados de forma incorreta e por telas verdes de poliestireno, que serviram de combustível para as chamas se espalharem rapidamente. Na hora do incêndio, os edifícios passavam por uma renovação.

A operação mobilizou 767 bombeiros, distribuídos em 128 caminhões de combate, além de 400 policiais e 57 ambulâncias.

De acordo com a Reuters, uma investigação contratada pela associação de moradores apontou que a empreiteira Prestige Construction & Engineering Co. acumulava mais de dez multas por irregularidades, como instalação inadequada de andaimes e falhas elétricas. Anteriormente, a empresa havia falsamente alegado aos moradores que não tinham problemas de segurança estruturais nos edifícios.

Risco em Goiânia é baixo e fiscalização é constante

Situações dessa magnitude nunca foram registradas em Goiânia, mas o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) afirma manter rigor na fiscalização para prevenir ocorrências semelhantes. “A corporação é preparada tanto para incêndios em edificações baixas como as edificações elevadas”, afirma o capitão Sérgio de Oliveira.

A dificuldade de edificações elevadas está no resgate das vítimas. Por isso, os edifícios devem ter todos os sistemas de seguranças instalados para terem uma proteção ativa.

O capitão Sérgio de Oliveira atua na área técnica do CBM-GO e diz que o monitoramento é realizado pelo Comando de Atividades Técnicas (CAT), responsável por cadastrar as edificações no sistema da corporação, analisar projetos estruturais e avaliar as medidas de segurança contra incêndio.

Novas regras para prédios altos

Desde 2023, o CBM-GO adotou novos critérios de segurança para edifícios com mais de 90 metros de altura, equivalentes a mais de 30 andares. A atualização decorre das Normas Técnicas da instituição.

Entre as exigências que foram atualizadas estão as escadas pressurizadas à prova de fumaça e os elevadores de emergência. Segundo Oliveira, a “escada pressurizada oferece melhor segurança tanto para a fuga dos moradores quanto para o acesso dos bombeiros. Ela mantém pressão positiva nas escadarias, impedindo que partículas de fumaça entrem no local”, explica Oliveira.

Em maio de 2025, outra atualização tornou obrigatória a instalação de sistemas automáticos de detecção de incêndio em todas as áreas verticais dos edifícios residenciais — incluindo os apartamentos.

Vistoria, certificação e punições

Após análise documental, o Corpo de Bombeiros realiza vistoria in loco para verificar a presença e o funcionamento de equipamentos como: sprinklers, detectores de fumaça, extintores e rotas de fuga. Quando aprovados, os edifícios recebem o Certificado de Conformidade, que deve ser renovado anualmente com a realização de novas vistorias agendadas.

Todos os dados são integrados ao SISBOM, da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), permitindo atuação coordenada em emergências.

Em caso de irregularidades, o condomínio recebe um prazo de 30 dias para ajustes. Se a adequação não ocorrer, há abertura de processo administrativo que pode resultar em multas e até interdição total da edificação. As multas são aplicadas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas à Secretaria de Estado da Economia.

Por fim, reforça que qualquer cidadão pode denunciar irregularidades diretamente ao bombeiros. Segundo o capitão, todo o processo ocorre sob sigilo.

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