ICMBio faz sequenciamento genético de 400 espécies da fauna do País

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) sequenciou a genética de 400 espécies da fauna do Brasil. O projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), foi iniciado em outubro de 2023 e feito em parceria com o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV DS). Ele visa monitorar espécies da fauna em risco de extinção e auxiliar no planejamento de ações de preservação da biodiversidade brasileira.

O sequenciamento genético é uma técnica de biologia molecular que permite a identificação de bases nitrogenadas do material genético. Especialistas usam os dados para antever ameaças e realizar monitoramento de espécies, ao longo do tempo e em diferentes locais. No caso de seres humanos, o sequenciamento do DNA tem proporcionado, por exemplo, a aplicação de conhecimentos à produção de medicamentos, entre outras finalidades.

Até o momento, foram concluídos 23 genomas de referência de altíssima qualidade. O projeto sequenciou 743 genomas de 413 espécies, além de 432 amostras ambientais, ampliando as possibilidades e precisão de instrumentos para a preservação da fauna brasileira.

Ao todo, 114 projetos estão em andamento dentro do GBB, voltados para a geração de códigos de barras de DNA, o sequenciamento genômico de espécies de interesse para a conservação e para a bioeconomia, e o uso de protocolos de DNA ambiental/Metabarcoding para o monitoramento da biodiversidade em Unidades de Conservação do país.

Pesquisadores utilizaram 2.249 amostras coletadas para realizar 1.175 sequenciamentos. Também foram finalizados 336 genomas populacionais de 11 espécies.

“O genoma de referência é como se fosse um ‘mapa genético’ completo de uma espécie, que ajuda a entender melhor como ela vive, se adapta e quais desafios enfrenta, tais como doenças, impactos das mudanças climáticas ou a perda de diversidade genética. Com essas informações, é possível criar estratégias mais eficazes para proteger animais e plantas ameaçados”, explica Amely Branquinho Martins, coordenadora do GBB pelo ICMBio.

O GBB contabiliza também o sequenciamento de 384 genomas organelares (genomas das mitocôndrias e cloroplastos) de 379 espécies. Além disso, o projeto aplica o DNA ambiental/Metabarcoding, que permite monitorar a biodiversidade a partir de vestígios de DNA presentes em amostras ambientais, como solo e água. A técnica permite o monitoramento de uma enorme quantidade de espécies usando uma mesma amostra, sem a necessidade de capturar os indivíduos.

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