A utilização da Inteligência Artificial (IA) em todos os segmentos profissionais é recorrente na atualidade. Essa realidade não seria diferente na área da saúde, tanto é que a tecnologia está nas rotinas dos hospitais, clínicas e centros de pesquisa. Por dois anos consecutivos, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG discute a aplicação prática e ética da IA, por meio da XII Jornada Científica do hospital.

Nesta quinta e sexta-feira, 13 e 14, a iniciativa reuniu profissionais e residentes de diversas áreas para refletirem juntos sobre o uso da IA em exames de imagem, gestão hospitalar e assistência ao paciente. Entre as atividades, o destaque foram as oficinas com demonstrações do uso de aparelhos de ultrassom. O exame integrados a tecnologia já permite leituras automáticas e com maior precisão diagnóstica.

Em entrevista para o Jornal Opção, a diretora de Ensino e Pesquisa do HGG, Fábia Mara disse que a medicina não pode abrir mão do serviço humanizado. “A inteligência artificial, ela não substitui o ato humano da consulta médica, o ato humano do raciocínio, o ato humano do conhecimento das limitações e dos anseios do paciente”, enfatiza.

Diretora de Ensino e Pesquisa do HGG, Fábia Mara | Foto: Guilherme de Andrade/ HGG

Ainda de acordo com Fábia Mara, a inteligência artificial veio para somar a atualização profissional. “Antigamente tinha livros que demoravam 10, 20 e até 30 anos para chegarem em determinados locais para atualizar aqueles profissionais, principalmente, em áreas mais distantes. Hoje em dia, os artigos são publicados com cinco minutos e já temos acesso a eles através da tecnologia da informática”, destaca.

Para o médico Rafael Yudi Scalia Cunha Hoshino, palestrante convidado, o impacto da IA na medicina é irreversível. “A inteligência artificial é uma realidade, não tem como ficar de fora. Hoje já utilizamos modelos ultraportáteis de ultrassom conectados a tablets e celulares, capazes de realizar análises automatizadas baseadas em IA. Isso otimiza tempo, reduz burocracias e melhora o fluxo hospitalar”, afirma.

O palestrante convidado, Rafael Yudi | Foto: Guilherme de Andrade / HGG

O HGG é reconhecido como hospital de ensino pelos Ministérios da Saúde e da Educação desde 2012. Atualmente, mantém 24 programas de residência médica e uma residência multiprofissional em Atenção Clínica Especializada em Endocrinologia. A integração entre ensino, pesquisa e prática assistencial gera conhecimento aplicado e contribui para aprimorar o cuidado prestado ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).

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