A greve dos motoristas do transporte coletivo de Goiânia, prevista para iniciar nesta segunda-feira, 30, foi oficialmente encerrada na tarde desta segunda-feira, 30, após uma audiência de conciliação mediada após uma audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18). O encontro, que durou cerca de seis horas, contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET) e do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo).

O acordo firmado estabelece reajuste de 6,5% nos salários e de 7% no auxílio-alimentação, com vigência a partir de julho. Os valores já deverão constar na folha de pagamento de agosto. A decisão foi tomada em assembleia permanente, convocada pelo Sindicoletivo e com participação de dezenas de trabalhadores da categoria. A proposta, segundo o presidente do sindicato, Carlos Alberto Luiz dos Santos, foi aceita pela maioria presente à reunião e registrada em ata.

“O movimento grevista está encerrado. A categoria já aprovou a proposta em assembleia, que era de caráter permanente. O acordo foi selado com a mediação do Ministério Público do Trabalho e do TRT. Foi uma negociação difícil, que tentávamos concluir desde dezembro do ano passado, mas sempre com muita responsabilidade e consciência do nosso papel perante a população”, afirmou Carlos Alberto.

Redução de reivindicações e avanço na negociação

Inicialmente, o Sindicoletivo reivindicava um reajuste de 20% nos salários e 25% no auxílio-alimentação. Do outro lado, o SET oferecia reposição da inflação do período, de 4,86%, acrescida de 0,5% de ganho real — proposta rejeitada pela categoria durante assembleia realizada no Terminal Padre Pelágio, no dia 22 de junho.

Durante as negociações, mediadas pelo juiz auxiliar da vice-presidência do TRT, Rodrigo Dias, e pelo procurador do MPT, Marcelo Ribeiro, ambas as partes flexibilizaram suas posições. O Sindicoletivo reduziu o pedido salarial para 10%, e o SET apresentou contraproposta de 6%, com 1,14% de ganho real. O percentual final acordado ficou em 6,5%, resultado de uma proposta de conciliação apresentada pelo MPT e acatada por ambas as partes.

“A categoria é muito ordeira. Não queríamos fazer greve por fazer. A proposta final foi um pouco aquém do que pedíamos, mas foi importante avançar e encerrar esse impasse em respeito aos usuários do transporte e às instituições que mediaram esse processo”, destacou o presidente do Sindicoletivo.

Empresas alegaram dificuldades

Durante a audiência, representantes do SET alegaram dificuldades financeiras para conceder reajustes maiores, destacando os elevados investimentos que vêm sendo feitos na renovação da frota e na reforma de terminais. Por outro lado, o Sindicoletivo argumentou que, mesmo com o cenário desafiador, o setor vem sendo beneficiado com subsídios públicos, o que possibilitaria uma recomposição salarial mais justa.

Para Carlos Alberto, o desfecho da negociação foi positivo. “As empresas estavam oferecendo 5,38% e acabaram chegando a 6,5%. Nós, mesmo tendo que recuar nas reivindicações, garantimos um ganho real. Foi bom para todos: trabalhadores, empresas e, sobretudo, para a população, que não será afetada com paralisações do serviço essencial”, avaliou.

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