Greta Thunberg relata “tratamento severo” em prisão de Israel

05 outubro 2025 às 10h08

COMPARTILHAR
A ativista ambiental Greta Thunberg afirmou estar recebendo “tratamento severo” na prisão de Ketziot, em Israel. Segundo mensagens trocadas entre diplomatas suecos — reveladas pelo jornal inglês The Guardian —, Greta relatou que sua cela estaria infestada de percevejos, além de haver escassez de água e comida entre os detentos.
O presídio faz parte do complexo prisional de Ansar, localizado no deserto de Negev, conhecido por abrigar prisioneiros palestinos, incluindo membros do Hamas, sob regime de segurança máxima.
A ativista foi detida na madrugada da última sexta-feira (3), junto com outros 437 integrantes da organização Flotilha Global Sumud (GSF), enquanto navegavam no Mar Mediterrâneo, próximo à costa da Faixa de Gaza. O grupo tentava romper o bloqueio marítimo imposto por Israel há mais de 16 anos sobre o território palestino.
As embarcações da GSF transportavam suprimentos humanitários, como alimentos e medicamentos, destinados à população de Gaza, que enfrenta escassez severa de recursos devido aos bombardeios e restrições terrestres impostas por Israel. Esta é a segunda vez que Greta é presa em alto-mar ao tentar entrar em Gaza; a primeira ocorreu em junho deste ano, durante a ação da Flotilha pela Liberdade.
Até o momento, 137 ativistas foram deportados para a Turquia, enquanto cerca de 300 permanecem detidos em território israelense. Entre eles estão 13 brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT). Em nota, o Itamaraty informou que representantes diplomáticos visitaram os detentos e mantêm diálogo com o governo israelense para acompanhar a situação.
A Flotilha Global Sumud
A Flotilha Global Sumud, do termo árabe que significa “perseverança”, é uma coalizão internacional formada por ativistas, parlamentares e organizações humanitárias que desde 2010 promove missões marítimas em apoio à população palestina. O grupo busca romper simbolicamente o bloqueio a Gaza, imposto por Israel e apoiado pelo Egito, sob o argumento de conter o fluxo de armas e contrabando.
Em 2010, uma das operações mais conhecidas, liderada pela Flotilha da Liberdade, terminou com a morte de nove ativistas turcos após uma ação militar israelense contra o navio Mavi Marmara, episódio que gerou ampla repercussão internacional e crise diplomática entre Israel e Turquia.
Desde então, as flotilhas têm realizado expedições periódicas com embarcações de pequeno porte para levar ajuda humanitária simbólica à região. Israel, por sua vez, considera as incursões ilegais e sustenta que mantém o bloqueio marítimo por razões de segurança nacional.
Leia também: Conselho Nacional de Justiça e OAB discutem ações contra golpe do falso advogado