Governo disponibiliza novo tratamento contra hepatite C
28 julho 2015 às 10h30

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Novos medicamentos, que têm 90% de chance de cura, passam a ser disponibilizado na rede pública. Remédios usados atualmente têm no máximo 47% de chance de cura

Um dia antes do Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou uma nova campanha de prevenção e tratamento contra a hepatite C. Na ocasião, o ministro anunciou que pacientes da rede pública de Saúde que tenham a doença contarão com um tratamento com 90% de chance de cura. Os medicamentos usados atualmente têm no máximo 47% de chance de cura.
O novo tratamento custa menos aos cofres públicos — US$ 9,6 mil por paciente contra US$ 24 mil do atual –, demora menos — três meses contra nove do atual — e provoca menos efeitos colaterais. A expectativa do Governo é de tratar 30 mil pessoas em um ano.
“É uma revolução no tratamento da hepatite C, muito semelhante à que aconteceu com os coquetéis contra a aids”, classificou o ministro. Outra melhoria é a possibilidade de uso do novo tratamento para pacientes portadores de hepatite C que tenham HIV/Aids e tenham passado por transplante de fígado, que não podiam usar o remédio que será substituído.
O diagnóstico para início do tratamento também ficou facilitado. Antes, o paciente precisaria passar por uma biópsia para começar o tratamento. Agora, o paciente vai passar pela triagem do posto de saúde primeiro e, caso seja necessário, será encaminhado para o serviço especializado, que indicará se há necessidade de mais exames.
Todos os anos surgem cerca de 10 mil casos de hepatite C no Brasil. Ao todo, 120 mil casos da doença foram confirmados desde que surgiu o diagnóstico, em 1993. Mais de 100 mil pessoas fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde. A estimativa do Ministério da Saúde é que 1,4 milhão de pessoas estão infectadas, mas, como a doença não apresenta sintomas, a maioria não sabe.
Diagnóstico
Em atenção ao Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, o Ministério da Saúde está convocando a população para fazer o teste da hepatite C e se vacinar contra as hepatites A e B.
O teste pode ser feito nos postos da rede pública de saúde. A recomendação é feita especialmente para pessoas com mais de 40 anos. O Ministério da Saúde considera primordialmente esta faixa etária porque nas décadas de 80 e 90 havia mais uso de drogas injetáveis, transfusões de sangue e hemodiálise com menor controle e sexo desprotegido.
Considerado pelo Ministério da Saúde um grave problema de saúde pública, a hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam os sintomas predominantes, como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
* Com informações da Agência Brasil