Governo de Goiás amplia capacidade de armazenagem para acompanhar produção de grãos

O crescimento da produção de grãos em Goiás elevou a demanda por armazenagem. Segundo análise da Inteligência de Mercado Agropecuário da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado alcançou em 2025 uma capacidade estática de 17,5 milhões de toneladas em 695 unidades. O estado consolidou-se nas últimas décadas como um dos principais polos da produção agrícola nacional, especialmente no setor de grãos. Com uma área cultivada superior a 7,6 milhões de hectares na safra 2024/25, Goiás é atualmente o quarto maior produtor de grãos do Brasil.

Nos últimos dez anos, a capacidade de armazenagem de Goiás saltou de 14,3 milhões para 17,5 milhões de toneladas, crescimento de 22,2%. O resultado, no entanto, ainda é insuficiente frente ao aumento da produção de grãos, que mais que dobrou no período, passando de 17,5 milhões de toneladas na safra 2015/16 para 36,9 milhões em 2024/25 — alta de 110,7%.

A produção de grãos atingiu novo recorde na safra 2024/25, chegando a 36,9 milhões de toneladas, quase o dobro do registrado em 2013/14, quando foram colhidas 18,3 milhões. O crescimento reflete tanto a expansão da área cultivada, que passou de 4,8 milhões para 7,6 milhões de hectares, quanto o avanço da produtividade, que alcançou 4,8 toneladas por hectare. Apesar de algumas oscilações ao longo do período, o setor mantém trajetória consistente de alta e consolida o papel do país como potência agrícola.

“O crescimento da produção é um orgulho para Goiás e confirma a força do nosso agronegócio. Mas precisamos avançar também na armazenagem, que é estratégica para garantir eficiência, competitividade e segurança em toda a cadeia produtiva”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende.

A gestão da armazenagem na propriedade, embora estratégica, apresenta desafios. Entre eles, o custo de implantação e manutenção, a demanda por profissionais qualificados para operação, o controle de perdas, o manejo da umidade, de pragas e insetos, além da necessidade de manter a qualidade do produto.

Esses fatores reforçam a importância de políticas e instrumentos de incentivo para os produtores rurais. Linhas de crédito como as do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) têm papel central para expansão e modernização da infraestrutura. Em 2025, o FCO Rural instituiu uma linha específica para a armazenagem, reconhecendo sua relevância como prioridade setorial.

Principais grãos produzidos

A soja e o milho seguem como os principais produtos da produção agrícola local, com 20,4 milhões e 14 milhões de toneladas, respectivamente, segundo dados mais recentes. Bem atrás aparecem o sorgo, com 1,5 milhão de toneladas, e culturas tradicionais como feijão (299,8 mil toneladas), trigo (273 mil) e arroz (155,2 mil). Já o algodão em caroço (81,6 mil toneladas), o girassol (72,8 mil) e o gergelim (2 mil) completam a lista, evidenciando a forte concentração da safra em grãos de larga escala.

Veja o gráfico abaixo.

Produção goiana

Dados das principais cadeias agropecuárias do Estado estão na 72ª edição do Agro em Dados, informativo mensal da Seapa que neste mês destaca a armazenagem de grãos. A publicação está disponível aqui.

Leia também: Produção goiana de grãos deve avançar 14,2% na safra 2024/2025