Peemedebista batizava em sete locais diferentes. Decreto de Flavio Dino se baseia em lei federal que proíbe que pessoas vivas sejam homenageadas em patrimônios do Estado

| Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
Sarney e a filha Roseana eram campeões de homenagens em nomes de escolas | Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Cumprindo promessa de campanha, feita no pleito de 2014, o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), baixou um decreto em 2015 que proíbe que nomes de pessoas vivas sejam usadas para batizar prédios públicos. A norma se estende também a indivíduos que tenham sido responsabilizados por violações de direitos humanos durante o regime militar.

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Segundo ele, seu decreto apenas obedece a Lei Federal nº 6.454, de 1977, que estabelece que “É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava”.

De acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo, um decreto publicado no Diário Oficial do Estado em 14 de janeiro estabelece a alteração dos nomes de 37 escolas do Maranhão que ainda não haviam se adequado à nova norma.

O ex-governador do Maranhão e ex-presidente da República José Sarney (PMDB) era quem mais tinha prédios batizados em sua homenagem, sete, no total. Sua filha, a ex-governadora Roseana Sarney, também era lembrada no nome de três estabelecimentos.

Além deles, outros ex-governadores, o atual senador Edison Lobão (PMDB), João Alberto de Souza (PMDB) e João Castelo (PSDB) também deixarão de ver seus nomes estampados na fachada de colégios. Outro homenageado que não mais nomeará uma instituição é o poeta maranhense Ferreira Gullar. Agora, as escolas terão nomes de políticos, professores, religiosos e estudiosos que já faleceram.

Sobre os nomes ligados à Ditadura Militar, que já não mais nomeiam prédios no Maranhão, Dino afirma que tomou a medida em 2015 porque não haveria motivos para homenagear pessoas como os generais Castelo Branco, Emílio Garrastazu Médici e Arthur Costa e Silva, que governaram o país naquela época. Para o governador, não se deve exaltar ditadores.