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Quatro macacos morreram com febre amarela em Goiás: dois em Abadia de Goiás, um em Goiânia e um em Guapó, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Um outro caso de Goiânia, um primata que vive no zoológico, continua em investigação. Caso a população encontre um animal morto, é importante que notifique às autoridades por um aplicativo de monitoramento ou por WhatsApp.

Ao Jornal Opção, a médica veterinária da SES-GO, Larissa Araújo, ensinou como identificar quando um macaco está doente. “Normalmente, o macaco fica localizado nas copas das árvores. Então, eles vão estar no chão, eles vão estar deambulando, meio tontos ou pode ser encontrado já sem vida. Qualquer primata morto ou doente que a pessoa veja no chão, é importante avisar a Secretaria de Saúde do seu município”, disse. 

Mesmo que o animal já tenha morrido há dias, é importante que a Vigilância de Zoonoses o diagnostique para entender a circulação do vírus. “Às vezes só tem ossada, ainda é importante que a população notifique. Além de ter essa vigilância nos primatas, é uma doença vetorial, há vigilância do mosquito. […] Já que não tem como identificar no macaco, eles coletam esses vetores”, disse.

Febre amarela

Os macacos não transmitem a febre amarela, que é uma doença viral, uma arbovirose – transmitida por mosquitos. “São mosquitos normalmente encontrados em locais de mata, em parques. […] E os primatas, eles também adoecem, então são mais sensíveis que nós. Quando começa a ocorrer a morte dos primatas, serve como um alerta para nós, mostrando que há circulação desse vírus e que ele pode atingir o ser humano”, explicou Larissa. 

Quando as mortes de primatas acontecem, a orientação é reforçar a vacinação contra febre amarela nas regiões em que eles estavam. “Os primatas são importantes nessa cadeia epidemiológica”, disse ela. O último caso em seres humanos em Goiás foi em 2017, quando houve um óbito.

Em 2025, até o momento, foram notificadas 37 mortes de primatas, destas 33 amostras foram coletadas para diagnóstico.

Como notificar?

O aplicativo SissGeo, da Fiocruz, é gratuito e está disponível para download em smartphones (Apple e Android). O app permite que o usuário (seja cidadãos comuns ou profissionais da saúde e meio ambiente) envie fotos e informações do animal morto e usa a localização do celular para mapear os agentes causadores de doenças.

Com o sistema de informação de vida silvestre, o objetivo é o monitoramento da saúde de animais silvestres em áreas naturais, rurais e urbanas. “O aplicativo tem sido muito utilizado por nós, que conseguimos mapear os casos e, através disso, conseguimos predizer por onde vai ter essa circulação viral”, explicou Larissa.

Em Goiânia, é possível acionar a Vigilância em Zoonoses – Controle de População Animal – pelo número (62) 99152-2545. O contato é exclusivo para mensagens via WhatsApp e não atende ligações.

Vacinação

A vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta deve ser aplicada em crianças com 9 meses (a primeira dose) e novamente aos 4 anos (a segunda dose). Já para adultos de até 59 anos, é necessário pelo menos uma dose ao longo da vida. Caso tenha perdido o comprovante ou não tenha certeza se foi vacinado, o recomendado é tomar a vacina. 

Segundo a SES, a cobertura vacinal em Goiás está em cerca de 70%, e deveria estar em 90%.

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