Goiás se antecipa no debate ético da inteligência artificial e consolida protagonismo nacional durante a Campus Party
21 novembro 2025 às 16h09

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O segundo dia do Etos.IA, núcleo de debates sobre ética e inteligência artificial promovido pelo Governo de Goiás dentro da Campus Party, reuniu nesta sexta-feira, 21, em Goiânia, o professor e filósofo Clóvis de Barros Filho e o secretário de Governo, Adriano da Rocha Lima, em uma discussão centrada nos impactos sociais, éticos e regulatórios da IA no Brasil.
Clóvis de Barros Filho afirmou que aquilo que é genuinamente humano, sensibilidade, experiência, sentido de vida, não pode ser substituído por máquinas. “O que for propriamente humano é inroubável”, disse. Para ele, a inteligência artificial pode acelerar processos, relações e conflitos, mas também deve acelerar soluções. “Precisamos formar cidadãos capazes de refletir sobre a própria vida e manter o controle dos seus caminhos”, disse.
Clóvis elogiou a iniciativa do Governo de Goiás em abrir espaço para uma discussão ampla, transparente e contínua sobre IA. “Graças às iniciativas do governo, especialmente do secretário Adriano, Goiás sai na frente. É meritório que outros estados sigam essa liderança e organizem suas normativas e debates”, afirmou.
Após a palestra, o secretário de Governo, Adriano da Rocha Lima, destacou que o Etos.IA nasceu para ser um espaço permanente de reflexão ética sobre tecnologia em um momento de transformação social acelerada pela inteligência artificial. Ele lembrou que o encontro integra uma série de debates que se estenderão até a próxima edição do evento, prevista para junho de 2027.
“O que estamos discutindo aqui é como nossas relações, decisões e comportamentos mudam diante de uma sociedade impactada pela IA. Ética não é discurso abstrato: é a forma como escolhemos viver juntos”, afirmou o secretário.
Adriano diz que Goiás já possui uma lei pioneira de inteligência artificial, sancionada neste ano, que trata tanto do mau uso, com foco na proteção de direitos fundamentais, quanto do incentivo ao uso positivo da tecnologia. A lei também criou o NEIA, o Núcleo de Ética e Inteligência Artificial, instalado nesta semana.
“O NEIA reúne representantes de vários segmentos da sociedade para discutir os casos novos que surgirem e que não estão previstos em nenhuma regulação, justamente porque falamos de um tema muito recente. O objetivo é construir coletivamente as melhores respostas para proteger o coletivo”, explicou.
Apesar do ano eleitoral, o governo pretende manter a agenda permanente de debates por meio dos Etos.IA Provocações, encontros menores programados para 2026. A segunda edição ampliada do Etos.IA está prevista para meados de 2027. “Este primeiro grande evento nos ensinou muito. Vamos seguir amadurecendo o formato para que Goiás permaneça como referência nacional no debate ético sobre tecnologia”, disse Adriano.
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