Goiás registra menor taxa de desocupação em 12 anos e consolida trajetória de recuperação pós-pandemia, aponta IBGE
06 dezembro 2025 às 07h55

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A taxa de desocupação em Goiás caiu para 5,4% em 2024, segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE, e atingiu o menor patamar em doze anos. O dado destaca um processo consistente de recuperação e reorganização do mercado de trabalho goiano, sobretudo a partir de 2019, quando o estado iniciou uma trajetória de redução gradual do desemprego, interrompida apenas pelo impacto da pandemia de Covid-19.
A taxa de desocupação registrada em 2024 — menor que a média nacional de 6,6% — representa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação a 2023 e corresponde a 221 mil pessoas desocupadas no estado. Trata-se do menor contingente desde 2012, quando o índice goiano havia alcançado 5,0%. No Brasil, embora a desocupação tenha permanecido maior do que a de Goiás, também foi observada a menor taxa da série iniciada naquele ano.
A melhoria se reflete na força de trabalho estadual, estimada em 4,1 milhões de pessoas em 2024, que combina ocupados e desocupados. O avanço do emprego, segundo o IBGE, está relacionado tanto ao aumento de ocupações formais quanto à retração do contingente informal, fenômeno que marca o pós-pandemia em Goiás.
A trajetória desde 2019: entre crise e reestruturação
A análise da série histórica mostra que Goiás ingressou em 2019 com um movimento de queda do desemprego após anos de instabilidade associados à recessão nacional de 2015-2016. O período pré-pandemia registrava taxas em declínio lento e progressivo, ancoradas por expansão do setor de serviços, do agronegócio e do comércio.
Com a chegada da Covid-19 em 2020, esse processo foi interrompido: a desocupação voltou a subir e alcançou patamares elevados em razão da desaceleração econômica e das restrições impostas pelo período sanitário. Porém, já em 2021 e de forma mais robusta a partir de 2022, o mercado de trabalho goiano passou a apresentar sinais de retomada contínua. A recomposição de vagas formais e a estabilização das atividades produtivas impulsionaram a queda sustentada do desemprego, que culmina no resultado de 2024 — o melhor dos últimos doze anos.
Informalidade atinge menor nível em quatro anos
Outro indicador relevante para entender a qualidade da recuperação é a taxa de informalidade. Em 2024, Goiás registrou 40,4% de trabalhadores informais — o menor nível desde 2020 e o primeiro ano em que o índice ficou abaixo da média nacional (40,6%).
A informalidade havia disparado entre 2020 e 2021, passando de 40,3% para 42,5%, reflexo direto da crise sanitária e da dificuldade de manutenção de vínculos formais em meio à suspensão de atividades. Desde então, os percentuais vêm recuando sistematicamente. Para o IBGE, o movimento sugere maior capacidade de absorção de trabalhadores em ocupações com contribuição previdenciária, critério que define informalidade segundo o conceito da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotado na pesquisa.
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