Queda no preço do arroz afeta Goiás, mas impacto deve ser moderado, diz Seapa
04 novembro 2025 às 17h58

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A queda no preço do arroz no mercado nacional também deve impactar Goiás, ainda que de forma moderada, segundo a subsecretária de Agricultura Familiar, Produção Rural e Inclusão Produtiva da Secretaria de Estado de Agricultura (Seapa), Glaucilene Duarte Carvalho.
De acordo com a gestora, o Estado ocupa hoje o sétimo lugar no ranking nacional de produção, com 155 mil toneladas colhidas na safra 2024/2025 e uma área cultivada de 29 mil hectares. A Conab estima uma leve retração na nova safra, reflexo da baixa remuneração e da ampla oferta registrada no último ciclo.
“A Conab publicou um levantamento com expectativa de pequeno recuo, tanto nacional quanto estadual. Isso acontece porque tivemos uma produção expressiva na safra passada, gerando amplos estoques e queda de preços”, explicou Glaucilene ao Jornal Opção.
A cotação atual da saca, em torno de R$ 58, está abaixo do preço mínimo de R$ 63 fixado pelo governo federal, o que tem reduzido o entusiasmo de produtores e impactado o custeio das lavouras. Ainda assim, a retração em Goiás deve ser menos acentuada que no Rio Grande do Sul, principal produtor do país.
Mesmo diante da retração, o Estado mantém políticas de estímulo à produção e diversificação das culturas. A subsecretária destacou que as linhas de crédito do FCO Rural continuam sendo fundamentais para garantir fôlego aos produtores.
“Temos políticas de crédito voltadas à modernização, à sustentabilidade e à armazenagem. O FCO Verde apoia tecnologias sustentáveis, e o FCO Armazenagem, criado este ano, financia a construção e ampliação de estruturas de estocagem”, detalhou.
Segundo Glaucilene, o apoio financeiro e técnico é essencial para que pequenos e médios produtores possam superar o desequilíbrio entre custos e preços de venda, além de adotar práticas mais eficientes. “Muitos municípios ainda trabalham com arroz de sequeiro, que enfrenta desafios de produtividade. O crédito ajuda tanto na transição tecnológica quanto na diversificação para outras culturas complementares”, afirmou.
Expectativa de estabilidade a partir de 2026
Apesar da retração pontual, a Seapa acredita que o Estado deve retomar o ritmo de crescimento da produção a partir de 2026, com base na reorganização de estoques e na recuperação gradual dos preços. “A safra 2024/2025 foi a melhor desde 2012/2013. Nossa expectativa é de estabilização da produção nos próximos anos, com equilíbrio entre oferta e demanda. O objetivo é garantir que o produtor continue no campo com remuneração justa e sustentabilidade econômica”, concluiu a subsecretária.
Atualmente, Goiás responde por cerca de 2% da produção nacional de arroz, com polos produtivos concentrados nas regiões sul e sudoeste do estado, especialmente nos municípios de Jataí, Mineiros, Quirinópolis e Rio Verde.
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