Goiás lança fundo de R$ 800 milhões para data centers, terras raras, bioenergia e para proteção da indústria contra tarifaço

08 agosto 2025 às 15h12

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O Governo de Goiás lançou, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), um fundo creditório inédito voltado ao desenvolvimento econômico do Estado. A iniciativa, com aporte inicial de R$ 628 milhões, combina créditos de ICMS e investimentos privados, e visa impulsionar setores estratégicos como energia, biometano e novas cadeias produtivas, incluindo o mercado de terras raras.
Combinando créditos de ICMS e aportes privados, a iniciativa promete revolucionar o ambiente de negócios goiano ao oferecer linhas de crédito com juros reduzidos, atrair novos empreendimentos e fortalecer a competitividade da indústria local diante de ameaças externas, como o aumento de tarifas nos Estados Unidos.
“Nós temos criado, em Goiás, uma política para transmitir aos empresários o nosso potencial, a confiança que podem ter no Estado e nas ações de governo. Goiás oferece segurança jurídica, criou a Lei de Liberdade Econômica, é o terceiro maior produtor de grãos do país, avança com respeito ao meio ambiente e está, cada vez mais, atraindo empresários que entendem as oportunidades daqui”, afirmou.
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Entenda como será o fundo
O fundo de investimento vai ofertar R$ 800 milhões em crédito, a taxas competitivas, para empresas que pretendem injetar capital no Estado, especialmente nos setores de data centers, terras raras, linhas de transmissão de energia e biogás/biometano. Também serão contemplados segmentos atingidos pela tarifa de 50%, aplicada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, como o agroindustrial.
O programa contempla a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), modalidade que aplica seu patrimônio em direitos creditórios, ou seja, em débitos que empresas têm a receber.
A taxa de juros será de 10% ao ano, abaixo da média praticada pelo mercado. O fundo será constituído com 50% em créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), junto a empresas goianas exportadoras, e os outros 50% serão captados no mercado financeiro.
Fundo diversifica a economia, diz presidente da Adial
Presente no evento, o presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Edwal Portilho — conhecido como Tchequinho — elogiou o lançamento como uma ação fundamental para garantir competitividade à indústria goiana. “Essa iniciativa está alinhada com o interesse do Estado em fomentar setores essenciais para o desenvolvimento econômico. Além disso, o foco em novos negócios, como o das terras raras, demonstra o compromisso em diversificar a economia local”, destacou.
Segundo Portilho, o impacto positivo vai além do setor produtivo. “Essa linha de crédito representa uma oportunidade única para ampliar investimentos com condições financeiras mais favoráveis, gerando emprego, renda e maior arrecadação”, afirmou. O presidente da Adial também destacou o avanço econômico de Goiás nas últimas décadas: “Em 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás era de R$ 21,7 bilhões. No ano passado, chegamos a R$ 377 bilhões, um crescimento vertiginoso que precisa ser mantido. Com iniciativas como essa, temos certeza de que avançaremos ainda mais”.
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