Goiânia avalia quarto turno de hemodiálise enquanto fila por vagas cresce

18 setembro 2025 às 11h31

COMPARTILHAR
A Prefeitura de Goiânia estuda abrir um quarto turno de atendimento em unidades de hemodiálise para reduzir a fila de espera, que atualmente inclui 32 pacientes com doença renal crônica. O Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) não possui uma sala específica para o procedimento, e a capacidade municipal depende de dois hospitais públicos e nove clínicas particulares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Goiás, o sistema estadual tem estrutura para atender 4.896 pacientes, mas prefeitura e governo estadual cobram mais recursos do SUS para ampliar o atendimento. A Secretaria Estadual de Saúde defende também a adoção da hemodiálise peritoneal, modalidade em que o paciente realiza o procedimento em casa, como forma de reduzir a demanda nos hospitais.
A atenção ao tema ganhou reforço após a operação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) em agosto, que resultou na interdição parcial de cinco clínicas de hemodiálise em Aparecida de Goiânia, São Luís de Montes Belos, Goianésia, Iporá e Itumbiara. A ação da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) identificou irregularidades, como ausência de esterilização dos equipamentos e falta de técnicos qualificados para os procedimentos.
As clínicas interditadas foram obrigadas a apresentar Planos de Adequação para regularização, mas apenas as unidades de Aparecida de Goiânia e São Luís de Montes Belos enviaram os documentos, atualmente analisados pela Procuradoria Setorial. Pacientes que já realizavam os tratamentos nas unidades continuam sendo atendidos enquanto a regularização é verificada. A Suvisa prevê vistoria presencial após análise dos planos para garantir que os protocolos do Ministério da Saúde sejam cumpridos.
O que diz a saúde de Goiás
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás esclarece que os serviços de hemodiálises são estabelecidos por pactuação intermunicipais. As clínicas estão habilitadas nos municípios, que são os responsáveis pela disponibilização das vagas – com exceção das unidades estaduais, cuja regulação é feita pela SES-GO. Os pacientes aguardam na fila até que seja disponibilizada vaga pelo município ou em uma policlínica mais próxima, mantida inteiramente com recursos estaduais.
Em Goiânia, por exemplo, a lista de espera (perfil ambulatorial) para a rede estadual é de 34 pacientes aguardando vaga para Terapia Renal Substitutiva (TRS) ambulatorial. Desses, 3 estão no Hugo e 4 no Hugol, com 6 pacientes aguardando vaga no Hugol e 1 no Hugo.
A SES-GO solicita as vagas de TRS para pacientes internados nas unidades estaduais. Essas vagas são autorizadas seguindo critério de residência do paciente e de acordo com a disponibilidade pelas clinicas vinculadas ao município ou em alguma policlínica estadual.
A rede estadual, por meio dos serviços de hemodiálise das Policlínicas, tem capacidade operacional para atender 68 pacientes em Posse (2 vagas disponíveis), 28 pacientes em Goianésia (com 20 vagas disponíveis), 42 em Quirinópolis (com 01 vaga disponível) e 48 em Formosa (não há vagas disponíveis nesse momento). No Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), a capacidade é de atendimento de 32 pacientes.
As policlínicas e serviços de apoio operam em sua capacidade para atender à demanda. A gestão da TRS, por envolver doença crônica e perfis clínicos complexos, é contínua e dinâmica. A SES-GO atua permanentemente para otimizar fluxos, ampliar a disponibilidade e garantir o acesso dentro das pactuações vigentes.
Outra ação prevista pela SES-GO é a implantação da Diálise Peritoneal (DP) nas Policlínicas Estaduais de Formosa, Quirinópolis e Goianésia. Atualmente, esse tratamento já é realizado, na rede estadual, na Policlínica de Posse – neste momento, todas as vagas estão ocupadas. Importante lembrar que o tratamento por DP no Sistema Único de Saude segue critérios clínicos próprios que indiquem se o paciente é elegível para esse tratamento.
Sobre a fila para ambos os tratamentos nas unidades conveniadas e da rede própria dos municípios, incluindo Goiânia, são as SMS de cada município que dispõe dos números.
Leia também: Apenas duas das cinco clínicas de hemodiálise apresentaram um plano de ação para regularização