Gestores que comandaram a Codego em 2017 serão chamados a depor sobre venda de área no Daia
11 junho 2020 às 15h11

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Ponto de partida da investigação será reunião realizada em 2017 que autorizou a negociação suspeita do terreno
A investigação da venda suspeita de uma área no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) ficará a cargo do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor). O delegado adjunto, Francisco Lipari, foi encarregado de seguir com as investigações e deverá chamar ex-gestores e diretores da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) para depor sobre as irregularidades encontradas no processo de venda do terreno.
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Conforme apurado pelo Jornal Opção, o ponto de partida das investigações do contrato entre a Codego e a empresa ETS para a construção de um shopping no Daia, será a reunião ocorrida em 2017 que autorizou a venda do terreno. A empresa que adquiriu a área é de propriedade de Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho de Carlinhos Cachoeira.
Os investigadores vão ouvir os ex-gestores e diretores que participaram da reunião realizada em dezembro de 2017, ainda na gestão do governo passado. Foi nesta reunião que partiu a autorização para a construção do shoppping em uma área do Daia. Os integrantes do conselho eram João Furtado de Mendonça Neto, Júlio Vaz, Sérgio Cardoso e Danilo de Freitas.
A Polícia Civil deve contar com o apoio da Controladoria Geral do Estado (CGE), para ouvir os ex-gestores e diretores da Codego que estiveram na reunião. A investigação vai buscar entender se havia alguma relação dos membros do conselho, com a empresa de Matheus Henrique Aprígio Ramos.
Autorização para o negócio
Em dezembro de 2017 o conselho da Codego permitiu a negociação de duas áreas com extensão de 22 mil metros quadrados por um valor pouco superior R$ 53 mil. A direção do Codego à época autorizou a negociação do terreno e que parte do pagamento fosse por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), em que a empresa ETS construiu a sede Regional da Polícia Civil na cidade de Anápolis.
A empresa ainda pagou R$ 25,8 mil, parcelados no decorrer de um ano, para só então o contrato de compra e venda fosse formalizado. O que ocorreu em abril deste ano.
Sumiço de pareceres
A Polícia Civil também vai investigar o sumiço de dois pareceres jurídicos que recomendaram a negociação das áreas a preço de mercado – o valor seria de R$ 5 milhões – e ainda houve falta de demonstração de capacidade financeira pela empresa ETS.
CGE
A Controladoria Geral do Estado (CGE) por meio da portaria anunciou que será realizada uma sindicância preliminar para apurar supostas irregularidades.
Três servidores foram designados para compor a comissão processante: Maria do Carmo Rodrigues Póvoa, Gerente de Acompanhamento de Processo Disciplinares; como Presidente; – Luis Fernando Bertocco Carregal, Gerente de Resolução Consensual de Conflitos, como membro; Rosimeire Batista Gomes, Gestora de Finanças e Controle, também como membro.
Os servidores nomeados poderão praticar todos os atos investigatórios necessários à obtenção de autoria e materialidade delitiva, a realização de diligências, oitivas e requisição de documentos.