Funcionários do Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Cândida de Morais alertam para a suspensão da emergência na unidade. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que não será fechado e que os atendimentos seguem normais. O assunto também foi debatido na sessão desta quarta-feira, 3, entre os vereadores na Câmara Municipal de Goiânia.

No local, há a percepção de que o espaço está sendo “sucateado”, enfrentando problemas de infraestrutura e insumos. Em reserva, funcionários afirmam que a intenção seria transformar o local em uma policlínica e repassar a administração para uma Organização Social (OS). Inclusive, eles relataram ao Jornal Opção que representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) visitaram o local ontem.

Funcionários relataram, em caráter reservado, que a visita ocorreu durante a noite e que houve uma orientação para o fechamento da emergência, mantendo-se apenas o atendimento a pacientes classificados nas cores amarela e vermelha da triagem de risco. A classificação indica respectivamente, casos de urgência e emergência, com necessidade de atendimento rápido ou imediato.

Outra situação que preocupa os funcionários do Cais Cândida de Morais é a falta de insumos. Assim como outras unidades de saúde, o trabalhadores precisam realizar “vaquinhas” para comprar luvas, máscaras e até álcool. Além disso, outras manutenções no espaço também são necessárias, como uma fechadura estragada. Anteriormente, a SMS afirmou ao Jornal Opção que está com problemas com a empresa terceirizada responsável.

Segundo a SMS, a Loc Service é responsável tanto pela limpeza e manutenção das unidades quanto pelo fornecimento de insumos como papel higiênico, sabonetes, detergentes e papel toalha. Ao longo do ano, a pasta informou que a empresa tem sido reiteradamente notificada pela pasta em razão da má qualidade dos serviços prestados. Além de pontuar que o contrato foi firmado na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).

Um processo administrativo foi aberto para apurar falhas na prestação dos serviços, e os gestores da empresa já foram convocados para prestar esclarecimentos. A expectativa é de que o processo resulte em uma rescisão do contrato e assim a empresa fica impedida de firmar novos contratos com a Prefeitura de Goiânia.

Em nota, a SMS informou que “o Cais Cândida de Morais não será fechado. A unidade permanece em funcionamento, com atendimentos regulares à população nesta quarta-feira, 3”. A pasta também disse que uma equipe de manutenção predial visitou o local na última semana para reparos na rede hidráulica. Além de pontuar que forneceu ao CAIS os insumos solicitados pelo distrito sanitário responsável.

Considerada vital para região Noroeste de Goiânia, a unidade atende entre 400 e 700 pacientes por dia na urgência e emergência, incluindo as Salas Vermelhas para pacientes graves.

Na próxima terça-feira, 9, deve ocorrer uma nova reunião com os funcionários para tratar sobre o assunto, segundo os funcionários. A unidade também aguarda o envio de uma emenda de R$ 400 mil para ajudar no custeio da unidade.

Para à reportagem, uma fonte ligada ao Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (Sindsaúde) informou que a entidade vai fazer uma visita à unidade de saúde nesta quinta-feira, 4, para apurar essa informação sobre o fechamento.

Unidade de saúde atende diariamente cerca de 700 paciente | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Discussão na Câmara

Os vereadores da Câmara Municipal de Goiânia debateram na sessão desta quarta-feira, 3, a possível suspensão da emergência do CAIS Cândida de Morais. A discussão teve início com a menção dessa possibilidade, mas parlamentares da base negaram e afirmaram que se trata apenas de um “boato”.

A discussão começou com uma fala do vereador Pedro Azulão Jr. (MDB) que trouxe o assunto para o debate. “Hoje fui pego de surpresa com várias ligações que iriam acabar com a emergência do Cais Cândida de Morais. Eu já falo aqui para todos, eu não aceito isso e eu tenho certeza que eu vou ter o apoio do prefeito Sandro Mabel nisso”, afirmou.

Azulão contou que conversou com o secretário de Saúde a respeito e que recebeu uma garantia de que isso não teria sido “ventilado”. O parlamentar também defendeu mais investimentos na unidade para o atendimento da população. Ao mesmo tempo, o vereador Henrique Alves (MDB) classificou o Cais como uma das mais importantes da cidade: “Não se pode diminuir de qualquer forma porque a região Noroeste depende do serviço da unidade”.

Já a vereadora Kátia Maria (PT) comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo espaço, enquanto o vereador Coronel Urzêda (PL) defendeu a criação de mais unidades no bairro. Por fim, a vereadora Rose Cruvinel (UB) classificou a situação como “boato” e Markim Goyá (PRD) defendeu a instalação de policlínicas em outros locais e não encerrar o serviços de emergência nos Cais.

Nota da SMS na íntegra

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que o Cais Cândida de Morais não será fechado. A unidade permanece em funcionamento, com atendimentos regulares à população nesta quarta-feira (3).

A SMS destaca que enviou equipe de manutenção predial à unidade na última semana para reparos na rede hidráulica e que tem fornecido ao CAIS os insumos solicitados pelo distrito sanitário responsável.