A Boeing enfrenta, em 2025, sua primeira greve no setor de defesa em quase três décadas, após trabalhadores da unidade de St. Louis, no Missouri (EUA), recusarem uma proposta salarial apresentada pela companhia.

A paralisação teve início na madrugada desta segunda-feira, 4, e mobiliza cerca de 3.200 funcionários sindicalizados, segundo informações da agência Bloomberg. A última paralisação semelhante na Boeing ocorreu em 1996 e durou 100 dias. Agora, os funcionários da divisão de defesa cruzam os braços exigindo melhores condições contratuais.

“Os membros do Distrito 837 da IAM falaram alto e claro: eles merecem um contrato que reflita suas habilidades, dedicação e o papel crucial que desempenham na defesa do nosso país”, declarou Tom Boelling, representante do sindicato International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM), em nota oficial.

Proposta rejeitada por trabalhadores da Boeing

A proposta da Boeing previa um aumento salarial de 20% e um acréscimo nas contribuições para a aposentadoria. No entanto, os trabalhadores consideraram os termos insuficientes.

A greve afeta diretamente a produção de aviões de combate F-15, jatos de treinamento T-7 e sistemas de armamentos, além de componentes para os jatos comerciais 777-X, todos fabricados na unidade de St. Louis.

Em resposta à paralisação, a Boeing afirmou que está preparada. “Já ativamos um plano de contingência para garantir que os funcionários que não participam da greve continuem apoiando nossos clientes”, declarou Dan Gillian, vice-presidente da companhia e responsável pela unidade de St. Louis.

A divisão de defesa e espaço da Boeing respondeu por cerca de 30% da receita da empresa no segundo trimestre de 2025, mantendo-se lucrativa pelo segundo trimestre consecutivo.

Embora a unidade em greve represente uma parcela menor da operação da Boeing em comparação com a divisão de aviões comerciais — que também foi impactada por uma paralisação em 2024 —, o movimento atual tem forte valor simbólico. A paralisação ocorre em um momento em que a companhia ainda tenta se recuperar de atrasos, crises de imagem e dificuldades operacionais.

Leia também: