Fred Rodrigues acredita que briga entre Gayer e Vanderlan pode ser assunto superado em possível 2º turno

04 junho 2024 às 18h07

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Em entrevista ao Jornal Opção nesta terça-feira, 4, o pré-candidato a vice na chapa de Gustavo Gayer, Fred Rodrigues (PL), sinalizou que espera contar com o apoio do senador e também pré-candidato à Prefeitura de Goiânia, Vanderlan Cardoso (PSD), em um eventual segundo turno, e que não vê a briga entre os dois – ocorrida no início do ano passado e que culminou em uma representação criminal do senador contra o deputado federal – como “algo insuperável”. “O próprio Gustavo não carrega essa mágoa eterna”, comentou.
Tanto Gayer quanto Vanderlan se consideram candidatos conservadores e da direita para a Prefeitura de Goiânia, mas uma aliança entre eles em um possível segundo turno é vista com desconfiança por muitos.
Isso porque, em fevereiro de 2023, Vanderlan acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra Gayer após o deputado chama-lo de “vagabundo” devido ao apoio dado pelo senador à reeleição de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado Federal. “Nós não vamos esquecer. Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão, não é não, Vanderlan?”, bradou Gayer, em vídeo publicado na época.
Na ocasião, o pessedista representou criminalmente contra Gayer junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por difamação, calúnia e injúria, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e violência política, pedindo, também, a cassação de seu mandato.
Segundo Fred Rodrigues – que perdeu seu mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) após julgamento de uma ação de prestação de contas no Superior Tribunal Eleitoral (TSE) – o fato provocou uma cisão entre os dois parlamentares que, inclusive, já compuseram o mesmo grupo político. “O Gustavo ficou realmente muito chateado, porque o Vanderlan chegou a pedir a prisão dele, chegou a entrar no STF, especificamente com o [ministro Alexandre de] Moraes, pela prisão do Gustavo Gayer. Acho que o Vanderlan exagerou, não era o caso para isso. Podia ter sido resolvido numa conversa”.
No entanto, ainda de acordo com Rodrigues, “a política é muito dinâmica”, e apesar de uma composição entre eles ser improvável no primeiro turno, não é impossível de ocorrer em um possível segundo (se não for um versus o outro).
“A gente, obviamente, tem rejeição às pautas de extrema esquerda. Eu não veria como um problema de logística política do Vanderlan nos apoiar, mas acredito que ele vai até o fim na sua campanha, acredito que ele vai tentar mostrar o projeto dele. Pelo menos no primeiro turno. Mas não vejo essa impossibilidade logística [no segundo], não vejo algo insuperável nessa questão”, comentou o ex-deputado.
Ele acrescentou ainda que Gayer “consegue colocar os sentimentos dele em relação a uma pessoa, ainda que sejam negativos, em segundo plano se for pelo bem maior”, se referindo à uma união da direita para impedir a eleição de um nome da esquerda.
Diálogos com o PT
Mesmo havendo a esperança de uma possível aliança entre Gustavo Gayer e Vanderlan Cardoso em um segundo turno municipal, uma vez que ambos clamam pertencer ao mesmo espectro político, há quem acredite que o senador pode, se não passar do primeiro turno, dar seu apoio para a candidata petista, Adriana Accorsi.
A hipótese ganha força com o histórico de conversas entre a deputada federal e o senador, que, inclusive, teriam articulado uma composição com a indicação da vice de Adriana feita por Vanderlan. A união teria sido um pedido do próprio Lula da Silva a Vanderlan. Em troca, o Partido dos Trabalhadores apoiaria o nome do parlamentar para o governo do Estado em 2026.
Apesar de ambos confirmarem ter mantido conversas, Vanderlan descartou, em diversas ocasiões, qualquer possibilidade de abrir mão de seu projeto político para apoiar Adriana no primeiro turno. Contudo, nada impede que isso possa acontecer no segundo.
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