Fraudes para acesso ao auxilio emergencial é mais recorrente do que se imagina
03 junho 2020 às 11h39

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Não só os famosos tem sofrido com uso de seus dados para obtenção indevida do benefício. TCU estima que mais de 8,1 milhões de brasileiros tenham recebido o auxílio indevidamente

Criado para ajudar famílias de baixa renda e trabalhadores informais durante as medidas de isolamento social, o programa auxílio emergencial tem realizado seus repasses meio a um emaranhado de polêmicas.
Acontece que o mecanismo tem se tornado uma ferramenta frequentemente utilizada por criminosos que se apropriam de dados de terceiros para faturar os valores creditados pelo Governo Federal durante a pandemia.
Anônimos e famosos tem registrados queixas de que seus dados teriam sido utilizados indevidamente por criminosos em busca do acesso aos valores, pagos em três parcelas pelo governo.
É o caso de empresário Luciano Hang. Ele, que é dono da rede Havan, denunciou recentemente que informações pessoais haviam sido vinculadas ao programa na intenção de obter a primeira parcela de R$ 600,00 – a titulo de curiosidade, a fortuna de Hang é estimada em míseros R$ 11 bilhões.

Apesar da seriedade do assunto, o empresário não deixou de brincar com a situação eu seu perfil nas redes socais: “Eu com auxílio emergencial, isso sim é uma Fake News, você não acha?”.
Outro que recentemente acabou se tornando vítima da mesma fraude foi o filho do apresentador William Bonner, da Rede Globo. Acontece que Vinícius se envolveu em um acidente de trânsito no ano de 2017 e teve seus documentos divulgados em um grupo de mensagens. De lá para cá, o jovem já passou por diversos transtornos envolvendo seus dados pessoais.

Sobre o episódio, o apresentador escreveu: “Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?”.
8,1 milhões de brasileiros
Apesar deste problema parecer distante e restrito ao mundo dos famosos, a situação é mais grave – e recorrente – do que se imagina, haja vista que o Tribunal de Contas da União (TCU) também emitiu um alerta para o risco de 8,1 milhões de brasileiros terem recebido indevidamente o auxílio emergencial de R$ 600,00 pago a trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores e desempregados.
Em contrapartida, 2,3 milhões de cidadãos que estão no Cadastro Único de programas sociais podem ter sido excluídos, ou seja, efetivamente prejudicados, mesmo tendo direito de acesso ao benefício. O levantamento faz parte de um relatório de acompanhamento do auxílio emergencial obtido pelo Estadão/Broadcast.