Fraudes no âmbito esportivo: MP-GO colabora com senadores em CPI

12 junho 2024 às 10h01

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Na última terça-feira, 11, integrantes do Ministério Público de Goiás que estão à frente da Operação Penalidade Máxima, que investiga fraudes em jogos de futebol em Goiás, participaram da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas, em Brasília. Cyro Terra Peres, procurador-geral de Justiça de Goiás; e Fernando Martins Cesconetto, promotor de Justiça que faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentaram sugestões de medidas.
Entre os critérios estão a criação de uma plataforma nacional de identificação e prevenção de manipulação esportiva por agentes públicos; elaboração de compliance nos clubes, federações e entidades esportivas; monitoramento profundo de apostas que mencionem agentes públicos e confederações; criação de canal interno de denúncia em anonimato; campanha de conscientização direcionada aos atletas e colaboradores dos clubes entre outros.
Segundo o procurador-geral Cyro, é necessário a criação de uma rede robusta que envolva o Ministério Público, federações, clubes, polícias e a Justiça Desportiva para o enfrentamento dessa atividade ilícita que fere um costume tão valioso para o brasileiro. “Tudo o que interessa à sociedade interessa ao Ministério Público. E o futebol interessa muito à sociedade. É um dos grandes patrimônios da nossa Nação e é do nosso interesse priorizar o combate a essas organizações criminosas “, considerou em comissão.
Fernando Martins considerou que as vítimas feitas pelas apostas fraudulentas que aconteceram em Goiás e outros estados se fizeram desinteressadas em sanar os prejuízos. “Nós não identificamos participação das bets ou de funcionários delas, ou que elas tenham induzido. Em princípio, foram vítimas das fraudes, embora não tenham, a partir desses fatos, feito colaboração conosco a respeito desses prejuízos que elas sofreram. Elas são vítimas desinteressadas, porque não nos procuraram”, disse.
Operação Penalidade Máxima
Teve início no fim de 2022 quando o jogador Romário, do Vila Nova Futebol Clube, aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, na série B do Campeonato Brasileiro e campeonatos estaduais. Foram cumpridos mandados nas cidades de Goiânia (GO), Bataguassu (MS), Campina Grande (PB), Nilópolis (RJ), Santa do Parnaíba (SP), São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ) e Votuporanga.
No total foram 32 pessoas denunciadas, sendo 21 jogadores de futebol. Nove dessas foram apontada por integrar organização criminosa e o restante por participarem de corrupção esportiva. A operação alcançou três fases. As investigações continuam com possibilidade de um quarto momento com novas denúncias.
Entramos em contato com o senador Kajuru, presidente da CPI, mas não tivemos retorno. O espaço segue aberto.