França enfrenta onda de protestos em meio a crise política; veja vídeo

10 setembro 2025 às 14h42

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A França vive uma nova onda de protestos contra o governo do presidente Emmanuel Macron. Nesta quarta-feira, 10, manifestantes tomaram as ruas de várias cidades, bloquearam rodovias, queimaram lixeiras e entraram em confronto com a polícia. A mobilização ocorre em meio à crise política aberta pela queda do primeiro-ministro François Bayrou, derrotado em um voto de confiança no Parlamento.
Com a renúncia de Bayrou, Macron nomeou Sébastien Lecornu, até então ministro da Defesa, para assumir o cargo de premiê. A decisão gerou reações imediatas da oposição e serviu de combustível para os atos. O novo governo terá como desafio lidar com cortes orçamentários planejados e com a crescente pressão das ruas.
O movimento, batizado de “Bloqueie Tudo”, é comparado aos protestos dos “Coletes Amarelos”, de 2018. Embora tenha surgido em maio entre grupos de direita, atualmente é dominado pela esquerda. Na quarta-feira, 80 mil agentes de segurança foram mobilizados em todo o país, 6 mil apenas em Paris. Houve registros de confrontos em cidades como Rennes, Nantes, Montpellier e Toulouse, além da capital.
Para a oposição, o problema central não está apenas na figura do primeiro-ministro, mas no próprio presidente. “Os ministros são um problema, mas é mais o Macron e sua maneira de trabalhar. Ele tem que sair”, disse Fred, dirigente sindical do setor de transportes em Paris.
Analistas franceses apontam que a crise reflete um esgotamento do modelo político de Macron, pressionado tanto pela direita quanto pela esquerda, e que pode enfrentar nos próximos meses seu maior teste de governabilidade desde 2018.
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