Um foragido da Justiça envolvido nos atos do 8 de janeiro foi preso na noite de quarta-feira, 25, em Brasília. O indivíduo estava foragido na Argentina mas decidiu voltar ao Brasil. Ele estava em um ônibus, vindo de Campo Grande (MS), e a polícia o prendeu no momento em que ele entrou no Distrito Federal. Não foi divulgado qual foi exatamente o envolvimento do foragido nos atos.

O mandado de prisão condenatória, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), está relacionado com os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, de acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF). Na ocasião, apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília.

A prisão foi realizada por meio da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) e com apoio da Polícia Rodoviária Federal. Como o nome do suspeito não foi divulgado, o Jornal Opção não conseguiu localizar a defesa dele. 

Atos de 8 de janeiro foram incentivados para justificar golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) concluiu que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 foram incentivados por pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar justificar um golpe de Estado. De acordo com o inquérito, investigados mantinham a expectativa de um golpe militar, com apoio das Forças Armadas, ainda pudesse ser realizado após o início do governo Lula (PT).

Segundo o relatório da PF, as fake news sobre o processo eleitoral, o financiamento de manifestações antidemocráticas “por integrantes do governo do então Presidente da República e por militares”, e a inércia de integrantes das Forças Armadas em não dissipar as manifestações nos quarteis “alimentou a expectativa de que um golpe militar era iminente”.

A PF também afirma que Bolsonaro deixou o Brasil após não conseguir respaldo das Forças Armadas para realizar uma ruptura institucional. A saída do ex-presidente buscava evitar uma possível prisão e aguardar desdobramentos do 8 de janeiro.

A PF afirma que os envolvidos aguardavam um fato que pudesse desencadear o apoio das Forças Armadas para cumprir uma ruptura institucional. “Dessa forma, continuaram a monitorar o ministro Alexandre de Moraes e a incitar e subsidiar as manifestações antidemocráticas em frente às instalações militares, fato que culminou nos eventos violentos do dia 08 de janeiro de 2023, quando novamente o golpe de Estado foi tentado no país”, diz o relatório.

Outro ponto citado pela PF no documento é a existência de um canal de interlocução entre líderes das manifestações antidemocráticas e membros do governo Bolsonaro. Isso seria mediado por militares conhecidos como “kids pretos”, elite do Exército.

Leia também: