“Foge da normalidade”, diz Policarpo após bate-boca entre Mabel e vereadores

02 outubro 2025 às 16h30

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Após um bate-boca entre o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e vereadores durante a prestação de contas do Executivo na Câmara Municipal, na manhã desta quinta-feira, 2, o presidente do Legislativo, Romário Policarpo (PRD), comentou o ocorrido: “É preciso entender os motivos do que aconteceu, né? Mas, de fato, é algo que foge um pouco da normalidade das prestações de contas”, disse Policarpo. “Vou conversar com o prefeito sobre o assunto e com os vereadores.”
Mabel deixou a sessão antes do término da apresentação. “Os dois lados precisam colaborar”, acrescentou Policarpo.
Ele ainda afirmou: “Tenho tentado, aqui na Câmara, manter o clima mais ameno para que os trabalhos ocorram de forma normal. O que aconteceu hoje precisa ser debatido não só com o prefeito, mas também com os vereadores. Mas o fato é que esse é um trabalho longo.”
Policarpo acrescentou: “Em alguns momentos, um lado não ajuda, em outros, o outro lado não ajuda, mas cabe à mesa diretora ter serenidade no trabalho, conduzir esse momento e fazer com que as coisas não caminhem para um cenário pior do que o que acontece hoje. Tenho certeza de que vamos conseguir corrigir isso. Tenho certeza de que o Sandro está tentando fazer o melhor pela cidade, e tenho certeza de que os vereadores também estão tentando fazer o melhor pela cidade, porque precisamos encontrar um denominador comum para que o que aconteceu hoje não se repita. A ‘roupa suja’ deve ser lavada dentro de casa, dentro de quatro paredes, e não na frente do público ou da imprensa. A sociedade está pouco interessada em saber se um gosta ou não do outro; está interessada em ver o trabalho sendo feito.”
Sobre a relação entre Prefeitura e Câmara, Policarpo afirmou: “O prefeito tem a personalidade dele, os vereadores têm as suas, e o que precisamos é que as pessoas se entendam e que o trabalho que precisa ser feito na cidade seja feito. Tenho tentado fazer minha parte desde o início, conduzindo de forma mais pacífica essa relação. É claro que, em alguns momentos, há exaltação, como o próprio prefeito disse hoje. Às vezes o sangue ferve um pouco mais, não só dele, mas também dos vereadores. Talvez a Casa também, em alguns momentos, exalte esses ânimos. Precisamos ter parcimônia, porque esse assunto não é, na minha opinião, o principal da cidade. O assunto principal é a resolução dos problemas.”
Policarpo comentou ainda sobre investimentos da Prefeitura: “O prefeito herdou um orçamento que não é o dele e trabalha apenas com índice de remanejamento. É óbvio que o investimento planejado para este ano não foi feito pelo prefeito anterior. Agora, esperamos que com o orçamento apresentado, os investimentos aumentem. O prefeito já disse várias vezes que quer fazer R$ 1,2 bilhão por ano em investimentos na cidade, e o superávit é o primeiro passo para isso. Você precisa ter dinheiro para investir. Tenho certeza de que o orçamento será aprovado e esses investimentos serão ampliados.”
Sobre a possível volta da LDU, Policarpo declarou: “Não, comigo não falou nada sobre isso.”
O presidente da Câmara também comentou a iniciativa de batizar terminais de ônibus com nomes de clubes de futebol: “Essa ideia não é pioneira em Goiânia; acontece no mundo inteiro. Onde há grandes clubes de futebol, terminais ou estações de transporte próximas aos estádios recebem o nome dos clubes. É uma forma de estimular as pessoas a usarem o transporte público. Não há gastos para o município; o próprio consórcio arca com as despesas, porque entende que isso melhora o transporte e vira um cartão postal da cidade. Por exemplo, em São Paulo, a estação Morumbi é um cartão postal. A ideia é que nossos três clubes, que são patrimônio da cidade, também tenham essa identificação, estimulando o transporte público.”
Sobre a definição dos nomes, Policarpo esclareceu: “Os nomes dos terminais continuarão os mesmos. O que estamos autorizando é a inclusão da logo dos clubes e de seus nomes. Se a rede de transporte entender que a identificação visual é importante, poderá fazer. O comerciante que tem licença para trabalhar dentro do terminal vai querer mais fluxo, principalmente em dias de jogos. Com certeza, o terminal do Atlético, por exemplo, terá mais movimento nos dias de jogos.”
Quanto à animosidade entre torcidas, o presidente afirmou: “Não vejo problema nisso. Isso acontece no Brasil inteiro. O futebol gera quase R$ 1 bilhão por ano no estado. O torcedor que quer brigar vai brigar independentemente do nome do terminal. Precisamos separar quem é torcedor de quem quer apenas confusão.”
Por fim, Policarpo comentou sobre a proposta de obrigar a presença do prefeito durante toda a prestação de contas: “Preciso entender melhor qual será o argumento. A prestação de contas não é exclusivamente do prefeito; há uma parte técnica que cabe aos secretários. A presença do prefeito até o final não é essencial, já que boa parte da apresentação é técnica. Se o projeto contemplar a parte técnica, não vejo problema em aprová-lo.”
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