Flávio Bolsonaro critica ausência de governadores aliados em atos pró-Bolsonaro e vê “erro estratégico”

05 agosto 2025 às 08h41

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou como um “erro estratégico gigante” a ausência de governadores de direita nos atos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro realizados no domingo, 3. A crítica foi feita nesta segunda-feira, 4, em conversa com a imprensa. “É no momento em que Bolsonaro mais precisa que vemos quem está disposto a resgatar a democracia com a gente”, afirmou o senador.
Estiveram ausentes os governadores Tarcísio de Freitas (PL-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), todos cotados como possíveis sucessores de Bolsonaro na eleição presidencial de 2026. Apenas Jorginho Mello (PL-SC) e Cláudio Castro (PL-RJ), pré-candidatos ao Senado, compareceram aos atos.
Sem citar nomes, Flávio afirmou que a ausência dos aliados ocorre em um momento de “prisão domiciliar” do ex-presidente e representa indiferença diante da “opressão” enfrentada por apoiadores de Bolsonaro.
“Isso está muito acima de interesses regionais ou eleitorais. Quem tem que escolher seus representantes é o povo, não um ministro do STF”, disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes.
Sucessão em 2026
Aliados de Bolsonaro veem Flávio como um dos nomes da família com maior viabilidade eleitoral para 2026. O senador evitou comentar se a ausência dos governadores enfraquece seus nomes para a sucessão, mas disse acreditar que todos estarão no mesmo palanque contra o PT.
A ausência também foi alvo de críticas do pastor Silas Malafaia, durante manifestação na Avenida Paulista. Sem mencionar nomes, Malafaia afirmou que os políticos da direita não compareceram por medo do Supremo Tribunal Federal.
“Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Era para estarem aqui. Fica provado que Bolsonaro é insubstituível”, disse o pastor.
O governador Tarcísio alegou ter realizado um procedimento médico no dia da manifestação. Segundo sua assessoria, a radioablação por ultrassonografia foi bem-sucedida, e ele recebeu alta à noite. Já Caiado afirmou, em evento promovido pelo jornal O Globo, que tinha compromissos agendados e que discorda da estratégia de mobilizações no atual momento.
Flávio no ato no Rio
Flávio participou do protesto no Rio de Janeiro ao lado do governador Cláudio Castro. Em discurso emocionado, falou sobre o pai, que cumpre medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, e exibiu indignação com o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente.
“Fui visitar meu pai ontem. Voltei triste ao vê-lo sentado no sofá com uma tornozeleira na perna, carregando na tomada como se fosse um bandido. Mas ele não é. É um homem honesto, honrado, patriota, invejado por esse vagabundo do Alexandre de Moraes”, afirmou.
Durante o ato, Flávio realizou uma ligação com o pai, que foi transmitida ao público. No telefonema, Bolsonaro disse apenas: “Obrigado a todos. É pela nossa liberdade, nosso futuro, nosso Brasil. Sempre estaremos juntos”.
Por ordem do STF, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais e foi impedido de comparecer aos atos. Ele acompanhou as manifestações de casa, em Brasília, com auxiliares próximos. Posteriormente, Flávio apagou o vídeo da ligação das redes sociais por “insegurança jurídica”.