A filiação do vereador Pedro Azulão Jr. ao Cidadania provocou ruídos na federação com o PSDB. Aava Santiago (PSDB) questionou o posicionamento do vereador em relação à Prefeitura de Goiânia por ele integrar a base de apoio de Rogério Cruz (Solidariedade).

A parlamentar alega que a posição de Azulão em relação ao Paço Municipal o impede de integrar a federação e também, em outubro, de disputar a eleição para vereador, mas o pano de fundo da intriga é o aumento do nível de dificuldade para se eleger numa chapa mais com dois candidatos com muitos votos.

“Quem preside a federação é quem decide o espectro de base ou de oposição em que a federação se encontra”, argumentou Aava.

Questionada se uma declaração de independência em relação ao Paço pode abrir espaço para a candidatura do vereador, Aava apontou que há outras regras que impedem a permanência do vereador na federação.

Ele é um dos principais nomes da base do Prefeito e em momentos muito mais cruciais do que esse ele não abriu mão de estar na base do prefeito, então não tem como eu dizer ou prever que exista essa possibilidade

Aava Santiago ao avaliar a possibilidade de manutenção de Pedro Azulim no Cidadania

A expulsão ou veto do nome de Azulão na federação pode impedir que o parlamentar dispute a reeleição. Isso porque, o prazo de filiação partidária se encerrou no último sábado, 6. Aava ponderou que é preciso encontrar um solução que não implique no impedimento dele em disputar a eleição. “A insistência dele em permanecer na federação infelizmente terá como único resultado possível que ele não possa disputar a eleição e eu não desejo isso a ele”, afirmou.

Partido pode recusar, mas precisa de argumentação

O advogado eleitoral Leonardo Batista explica que o partido tem direito de recusar a filiação de uma determinada pessoa, mas para isso ocorrer “é cumprir com as hipóteses que o estatuto da Federação dispõe sobre o tema, oportunizando ao cidadão a ampla defesa e contraditório”.

Ao Jornal Opção, Pedro Azulão lembrou que a federação e os partidos têm autonomia para a indicação do percentual de candidatos e que só não será candidato em caso de problemas com a Justiça Eleitoral. “Estamos trabalhando em uma outra perspectiva de se a federação vai ter candidatura majoritária ou não. Se o candidato que está sendo apresentado vai se viabilizar para que a gente possa buscar outro caminho”, disse.

Ele diz ainda que se aliou a federação para acompanhar o projeto do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e há garantias jurídicas que não terá impedimento a sua candidatura. “Vamos agir de forma madura, temos que pensar em projetos maiores, não é um projeto individual. Eu quero pensar que existe uma federação, que as resoluções sejam feitas no nacional e que os municípios têm que cumprir. Não existe fazer resolução para cada município. Então, hoje estou muito seguro”, comentou.

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