Filhotes de cachorro e guepardo viram “irmãos” em zoológico; veja vídeo

Uma amizade improvável tem encantado visitantes e tratadores do Western Plains Zoo, em Dubbo, na Austrália. Um filhote de guepardo-fêmea chamado Rozi e o cão Ziggy, uma mistura de labrador, kelpie e collie, tornaram-se irmãos adotivos em uma iniciativa que busca garantir o desenvolvimento emocional e social do felino, considerado vulnerável à extinção.

A estratégia faz parte de um programa do zoológico que associa filhotes de guepardo a cães domésticos para simular a convivência com irmãos e evitar problemas comportamentais futuros.

Rozi nasceu prematura em fevereiro de 2025, filha da guepardo Siri, mas enfrentou complicações logo após o parto. A mãe não produziu leite, obrigando a separação e impondo à filhote um isolamento de até 18 meses para garantir sua recuperação. Para evitar que a ausência de interação prejudicasse seu desenvolvimento, os tratadores buscaram uma solução criativa.

Foi assim que Ziggy, doado por uma família local, entrou em cena. Ambos tinham pouco mais de dois meses quando foram apresentados, e em apenas duas semanas já brincavam e interagiam como se fossem da mesma espécie.

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“Os dois agora se tornaram melhores amigos e tem sido lindo ver o desenvolvimento do relacionamento deles. Através disso, Rozi consegue desenvolver os mesmos comportamentos com Ziggy que ela teria desenvolvido com irmãos reais. Então, Ziggy está fornecendo esse tipo de relação de ‘irmão postiço’ para ela”, explicou Jordan Michelmore, tratadora de guepardos do Western Plains Zoo.

A presença de Ziggy cumpre uma missão importante, ela ajuda a estimular Rozi a brincar, explorar o ambiente e reagir a novos estímulos, evitando que cresça isolada e com dificuldades para socializar. Essa fase inicial é crucial para que, no futuro, a felina possa integrar programas de reprodução e contribuir para a conservação da espécie, que enfrenta ameaças como perda de habitat, caça ilegal e tráfico de animais. Guepardos também raramente nascem em cativeiro, o que torna cada filhote especialmente importante para os esforços de preservação.

A iniciativa não é inédita no zoológico australiano. A própria mãe de Rozi, Siri, também foi criada ao lado de uma cadela chamada Iris, mistura de retriever com mastim. Essa convivência teve papel decisivo para que Siri se desenvolvesse de forma saudável e apresentasse comportamentos adequados para reprodução. O histórico positivo reforçou a confiança dos tratadores de que o mesmo sucesso será alcançado com Rozi e Ziggy.

Apesar da ligação crescente entre os “irmãos adotivos”, a amizade tem prazo de convivência determinado. Entre os 12 e 18 meses de idade, as fêmeas de guepardo tornam-se naturalmente solitárias, momento em que Rozi e Ziggy deverão ser separados.

O zoológico, no entanto, planeja manter o vínculo emocional entre eles, permitindo visitas ocasionais e garantindo que Ziggy seja adotado por um funcionário, de forma que continue próximo de Rozi mesmo após a separação.

“Rozi tem uma genética muito, muito valiosa e importante e esperamos que desempenhe um papel em nosso programa de reprodução no futuro. Ziggy, estamos tentando criá-lo como um cão bem ajustado, socializado, confiante e independente, mas ele também tem um trabalho muito importante a fazer – está ajudando Rozi a se desenvolver. Ele realmente parece ser o melhor cão para o trabalho”, completou Michelmore.

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